Candidatura de Viana do Castelo a cidade do desporto 2023

A Esgrima, modalidade que atingiu grande desenvolvimento na nossa cidade, graças ao acolhimento de que beneficiou da Delegação Distrital da Direção Geral dos Desportos (DGD), com o entusiasmo e dedicação de Luís Braga, treinador da modalidade que já a exercia ainda sob a égide da Mocidade Portuguesa, que com o 25/04 de 1974 foi extinta.

A DGD, herdeira do diverso material existente, convidou Luís Braga, que se tornaria figura carismática, reiniciando a atividade com um punhado de jovens masculinos, José Luciano, Carlos Rodrigues, Carlos Noronha e Rui Lajoso, coadjuvado pelo jovem, João Carlos Machado e apoio incondicional da estrutura, e elevando a esgrima aos mais altos patamares. Campeões nacionais masculinos e femininos por equipas e individuais durante vários anos, com participação na Taça dos Clubes Europeus Femininos, em Turim, por duas vezes e Taça dos Campeões Europeus masculinos, em Paris, sempre com assinalável êxito.

Eugénia Queirós, Margarida Costa, Fernanda Domingues, Paula Cruz e mais tarde Lina e Carmo Morais foram a base de uma equipa feminina que acumulou muitos êxitos, sagrando-se campeãs nacionais durante vários anos.

A atleta do Centro de Esgrima de Viana do Castelo Eugénia Queirós conquista o 1º. título de campeã nacional absoluto de florete em 1978, realizado em Lisboa.

Os êxitos sucediam-se com João Gomes apurado para representar Portugal nos jogos Olímpicos de Sidney (Austrália) e de Atenas (Grécia).

Referimos a título de curiosidade, duas situações que justificam o sucesso da modalidade: aquando do arranque, apenas alguns jovens masculinos aderiram ao entusiasmo do treinador que, em conversa com o Delegado, propôs a captação de jovens femininas, o que foi tentado junto da Profª. Olívia que mantinha núcleos de Voleibol e Ginástica Rítmica, conseguindo juntar na esgrima mais de 30 praticantes!

A Eugénia, a Margarida, a Fernanda, a Paula e tantas outras, foram fruto dessa diligência e tornam-se campeãs nacionais por várias épocas, primeiro em representação do Centro de Esgrima da delegação da DGD, depois da Juviana, para onde foram transferidas mercê da extinção do Centro de Esgrima da DGD, como aconteceu a todas as outras modalidades sediadas na DGD, por decisão do poder central.

Posteriormente, por extinção da secção, filiaram-se na EDV, onde ainda está ativa, e com muita notoriedade, continuando a “fabricar “campeões, registando até agora 114 campeões nacionais homologados.

A segunda curiosidade: a modalidade atingiu elevado número de praticantes, não havendo já espaço para o seu desenvolvimento, à época apenas existia o Pavilhão Desportivo de Santa Maria Maior, que suportava mais de 3.000 presenças mensais das diversas modalidades. O treinador propõe ao Delegado a construção de uma rudimentar sala de armas no piso frontal às bancadas. Assim se fez, uma construção tosca em madeira, e se acomodaram as dezenas de praticantes de esgrima.

Vários atletas, femininos e masculinos, integraram seleções do país.
Organizaram-se localmente várias competições, quer com clubes nacionais, quer internacionais.

O entusiasmo não feneceu, mercê do empenho dos atuais treinadores, Eugénia Queirós e José Luciano, que após as suas licenciaturas em Educação Física e Direito, respetivamente, a Eugénia especializou-se em Mestre de Armas, curso tirado em Paris e o Luciano, em treinador de Esgrima, tirado em Lisboa, dando continuidade ao trabalho desenvolvido, continuando a acumular títulos, campeões nacionais em 2017, por equipas, e uma campeã nacional individual em 2021, – Carolina de Oliveira – trabalho que a Covid-19 veio interromper.
Amândio P. Silva

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.