Pedro Afonso pratica kitesurf pela “liberdade”

Com apenas 19 anos, o atleta vianense foi considerado um dos 20 melhores praticantes de kitesurf a nível mundial. O feito alcançado em 2019 deixou o atleta “extremamente alegre e satisfeito”.

O “atleta revelação” iniciou o percurso dos desportos náuticos na vela, mas rapidamente mudou para o kitesurf, que alia duas das suas paixões, o mar e o vento. “A maior razão para praticar desta modalidade é a sensação de liberdade”, revela. Adiantando que a praia do Cabedelo é uma “das melhores praias a nível mundial” para a prática de kitesurf.
Pedro Afonso estabelece ainda ser campeão nacional da modalidade e terminar “com boas prestações” as competições internacionais.

Qual a tua idade? De que freguesia és?
Neste momento tenho 19 anos e vivo na freguesia de Darque.

Quando começaste a praticar kitesurf? Em que equipa?
Eu comecei a praticar kitesurf em 2010 quando tinha apenas oito anos. Na altura comecei a praticar por puro lazer sem quaisquer intenções de competir, ao mesmo tempo que estava a começar a fazer os meus primeiros bordos no kitesurf iniciei a minha carreira desportiva na modalidade de vela de embarcação tendo competido na modalidade de Optimist e mais tarde Lazer Radial, onde cheguei a competir no Campeonato do Mundo de Juvenis, representando sempre o Clube de Vela de Viana do Castelo. Mais tarde, quando abandonei a vela de competição decidi aventurar-me pelo kitesurf onde decidi continuar a representar o meu clube em todas as competições a nível nacional, mas também internacional.

De todas as praias do concelho de Viana do Castelo, qual a mais adequada para a prática de kitesurf?
Penso que de todas as praias do concelho de Viana do Castelo a do Cabedelo é melhor para a prática desportiva de Kitesurf. É o local onde se reúnem várias condições naturais de excelência que tornam esta praia ideal para a prática não só de kitesurf, como também de outros desportos náuticos, sendo aliás, na minha opinião, uma das melhores praias a nível mundial.

Qual a razão para praticar esta modalidade?
A maior razão para praticar desta modalidade é a sensação de liberdade que consigo ter quando a pratico, podendo deslizar pelo mar até onde me apetecer e voar pelo ar até onde o vento me levar. O kitesurf surgiu da junção do vento com o mar, juntando duas paixões minhas num único desporto.

Como foi treinar e competir num ano tão atípico como 2021?
Eu entrei no ano 2021 a recuperar de uma intervenção cirúrgica que me fez voltar à estaca zero. Decidi encarar 2021 como se estivesse a começar a minha carreira. Claro que já tinha algumas vantagens como o conhecimento sobre o mar e todas as técnicas relacionadas ao desporto, mas sem dúvida que foi um trabalho bastante difícil, porém ao olhar para o passado sinto-me extremamente orgulhoso do que consegui alcançar em pouco tempo, superando todas as expectativas que tinha criado no início do ano em relação à minha recuperação.

E em relação às competições?
Relativamente às competições, desde o início da pandemia todas as competições que estão planeadas para o calendário 2020 e 2021 acabaram por ser canceladas, contudo no meio do ano 2020 houve a organização de uma competição online em que os oito melhores atletas de kitesurf do mundo submetiam as suas melhores manobras e eram avaliados por um júri que determinava a pontuação final. Eu também fiz parte desse grupo restrito.

Qual foi a tua maior conquista?
A minha maior conquista penso que foi quando terminei a época de 2019 em 19.º lugar no circuito mundial de kitesurf. Era o atleta mais jovem do campeonato, com apenas 16 anos. Ter conseguido alcançar o top 20 do circuito mundial foi, sem dúvida, a minha maior conquista mesmo que não tenha participado em todas as etapas do circuito mundial e ao mesmo tempo ter que conciliar os treinos, as competições com os estudos. Ter conseguido alcançar esse objetivo trouxe-me extrema alegria e satisfação.

E a mais difícil?
A minha conquista mais difícil foi quando consegui ficar em terceiro lugar num evento de freestyle na primeira e única etapa do circuito mundial de 2020, em Cabo Verde. Foi uma conquista extremamente difícil, pois estava a ser confrontado com atletas que na altura eram melhores que eu, juntando também as condições muitíssimo difíceis com o vento extremamente fraco, ao contrário do que estou habituado em Viana. Todos esses fatores contribuíram para que o terceiro lugar que consegui alcançar fosse bastante difícil.

Estas novas regras impostas pelo Governo vão afetar, de alguma forma a tua atividade?
Como é um desporto bastante individualista e com o contacto entre praticantes é nulo, penso que as novas regras impostas pelo Governo não chegaram a condicionar a modalidade dentro de água.

Já tens algumas provas marcadas para este ano?
Este ano irei fazer dois circuitos de modalidades diferentes, uma é no kitesurf, mas vou estrear-me na modalidade de Fórmula Kite, que se tornou recentemente modalidade olímpica. O meu calendário competitivo será dividido entre Circuito Mundial de Kitesurf e o Circuito Espanhol de Fórmula Kite. Contudo, ainda participarei em algumas provas de maior importância como o Campeonato Nacional de Kiteboarding e o Campeonato Europeu de Fórmula Kite, que irá decorrer em França.

Como recebeste a distinção do Município de seres um dos atletas revelação? Foi a primeira vez que foste premiado pelo Município?
Sem dúvida que foi uma sensação incrível, jamais estaria à espera de um dia ser reconhecido por todo o meu esforço e trabalho, tanto dentro como fora de água. Lembro-me de ter ido à gala do desporto sem saber o porquê de estar lá, uma vez que não tinha sido campeão nacional, europeu ou mundial. Quando fui chamado como atleta revelação foi uma mistura de emoções que jamais irei esquecer. Tenho um orgulho enorme de ter recebido este prémio e é ainda maior por ter sido reconhecido pela Câmara de Viana do Castelo, esta cidade, onde vivo e à qual chamo casa, que desde sempre apoiou a prática do desporto, criando inúmeras infraestruturas e projetos para a promoção do desporto. Esta foi a primeira vez que fui premiado pelo município, mas certamente que não será a última. Irei dar o meu máximo para poder voltar a pisar o palco da Gala do Desporto mais vezes.

Quais os objetivos para a próxima época?
Os meus principais objetivos para a próxima época começaram por iniciar a competição em várias provas de Fórmula Kite, entre elas o Europeu que irá decorrer em França e o Campeonato Nacional, na Fuseta. Para já são estas as principais competições onde vou participar. O objetivo é terminar o ano com uma boa prestação nas regatas internacionais e com o título de campeão nacional.

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