X Encontro das Velhas Glórias do S. C. Vianense

A Escola de Natação do SCV sobreviveu enquanto em “águas de cristalinas virtudes” e seus aprendizes, nadadores e mestres desta escola se alheavam dos doseamentos “hipocloríticos” e, dessa forma, conviviam com efluentes domésticos e dos próprios barcos acostados naquela “piscina grande” da doca abrigo, naqueles anos de 1940 – 60. Foi nessas águas infestadas de coliformes, de óleos e outros fluidos à mistura — no mínimo com cascas de pinheiros e resina dos toros que o Santo Tirso carregava para as minas asturianas e “anunciava chuva” –, que todos “deram corpo e alma” àquela grande Escola de Natação! E, assim aconteceu, por largos anos, onde aprendemos a nadar e nos divertimos sem que houvesse notícia de algum acidente ou de qualquer doença contraída.

Éramos sem dúvida como as bactérias que, hoje resistentes, se aprestam por “vacinações massivas” de antibióticos e se vão alojar em ambientes hospitalares e tantas vítimas têm feito!

Como sabemos, porque praticámos, a Escola de Natação do SCV foi um modelo de virtudes nesta cidade, em todas as suas dimensões. Com o apoio deste periódico, lançou, nos princípios dos anos 60, uma campanha de sacos de cimento para a construção de uma piscina nos aterros do actual Clube de Ténis. Conseguiu-se esse desiderato que, lamentavelmente não teve, em devida conta, a instabilidade das fundações do tanque e este fracturou-se!…

Perdido o entusiasmo pela continuidade da Escola na doca, alguns dos jovens desses tempos viram-se confrontados com a continuidade dos estudos para fora de Viana. Surge, entretanto, a sublevação nas então “Províncias Ultramarinas”… que tivemos, como muitos outros, “de combater…”

Este X Encontro das Velhas Glórias do S.C.Vianense é uma oportunidade para nos revermos de tempos idos deste centenário Vianense, como praticamente único clube desportivo. Embora a presença do Taurino e do Fluvial, este até 1975, que ofereciam actividades mais lúdicas.

O SCV faz parte do património desportivo, cultural e social da nossa Viana, onde cabe a parte final de nossa adolescência e, enquanto vivos, deixa-nos sempre um desafio de nostálgicas memórias. Um privilégio muito nosso, embora, como tudo na vida, seja efémero.
BB

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