“A Rua da Estrada” apresentado hoje em Caminha

“Um livro, uma conversa e às vezes um filme” apresenta hoje, dia 14 de junho, o livro “A Rua da Estrada”, de Álvaro Domingues. A sessão decorre na Ludoteca e Biblioteca Municipal de Vila Praia de Âncora, pelas 18h30.

Álvaro Domingues é docente do mestrado integrado e do curso de doutoramento da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Entre outras obras, é autor de Políticas Urbanas e Políticas Urbanas II (FCGulbenkian, 2003 e 2011, com Nuno Portas e João Cabral); A Rua da Estrada (Dafne, 2009); Vida no Campo (Dafne 2012); Território Casa Comum (com N. Travasso, FAUP, 2015) Volta a Portugal (Contraponto, 2018).

Na sinopse de “A Rua da Estrada” lê-se: “A Rua da Estrada é um conceito que emerge sobre os escombros da dupla perda da “cidade” e do “campo” e da oposição convencional entre o “urbano” e o “rural”. Da cidade, existe a ideia muito comum de que se trata ao mesmo tempo de uma forma de organização social (a polis ou a civitas) intensa e diversa que ocupa um território densamente construído, com uma forma, um centro e uns limites perfeitamente definidos. Esta imagem da cidade aparece como um “interior” confinado, rodeado pelos espaços extensivos e rarefeitos da agricultura, da floresta ou dos espaços ditos naturais. No mesmo registo, o rural seria o espaço da agricultura; agrícola porque maioritariamente dependente da economia agro-florestal, e rural, no sentido cultural, porque correspondente a estilos de vida e visões do mundo dominadas por um certo tradicionalismo atávico e pelo fechamento sobre si. Nada mais falso. As transformações da agricultura e do rural são tão radicais, quanto as que se verificam nas cidades.
Hoje a urbanização progride a um ritmo avassalador e já não está exclusivamente dependente da aglomeração e da proximidade física entre as pessoas, os edifícios e as actividades. As infraestruturas – como a as estradas ou as redes de telecomunicações, água ou de energia -, percorrem territórios imensos que tornam possível um sem número de padrões de localização e de formas de organização social. O urbano é um “exterior” desconfinado e instável, por contraposição à imagem da cidade amuralhada.
A Rua da Estrada é a perfeita imagem desta metamorfose. Mais do que lugar, a Rua da Estrada emerge como resultado da relação, do movimento. O fluxo intenso que a percorre é o seu melhor trunfo e a sua própria justificação. Sem fluxo não há troca nem relação, génese primordial da velha cidade. Dizia-me alguém explicando as manobras de sedução que praticava para tornar o seu negócio visível para quem vai na estrada: “o problema é fazê-los parar”.

A decorrer nas Bibliotecas de Caminha e de Vila Praia de Âncora, “Um livro, uma conversa e às vezes um filme” ainda vai trazer ao concelho Júlio Machado de Vaz com o livro “O Amor é: Para Memória Futura” e Francisco Guedes de Carvalho; Frei Bento Domingues com o livro “A Religião dos Portugueses” e Nuno Brandão Costa com o livro “São João de Deus” e Sérgio Fernández.

Esta iniciativa é organizada pelos Amigos da Rede de Bibliotecas de Caminha e pela Câmara Municipal de Caminha.

É de referir que os Amigos da Rede de Bibliotecas de Caminha (RBC) tornam-se leitores inscritos nas bibliotecas do concelho de Caminha. O estatuto de Amigo da RBC é formalizado através do preenchimento de um formulário, (com os dados biográficos essenciais e contactos) e da oferta de um livro que reverterá para a coleção da Biblioteca Municipal. A participação no grupo de Amigos da RBC é voluntária, exclui qualquer compensação e cessará no momento em que o Amigo assim o desejar. Através da sua ação, os Amigos RBC pretendem contribuir, de modo particular, para o desenvolvimento das competências e serviços das mesmas e, genericamente, para o progresso cultural da comunidade que estas servem.

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