Águas do Norte reúne-se com CCDR-N para resolver descargas em ETAR de Viana do Castelo

O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse, há dias, que a Águas do Norte vai reunir-se com a Comissão de Coordenação Regional do Norte para encontrar uma solução técnica para evitar descargas no rio Neiva, segundo a Lusa.

Luís Nobre, que falava aos jornalistas no final da reunião ordinária do executivo municipal, explicou que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Barroselas “funciona”, mas “quando entra em sobrecarga não tem capacidade de tratamento, porque não foi dimensionada para essa sobrecarga”.

“Tecnicamente [o problema] vai ser avaliado por eles [Águas do Norte]. Vão também tentar encontrar financiamento no próximo quadro comunitário para intervir. De quando em quando aparece alguma dificuldade e é isso que se vai tentar resolver”, afirmou o autarca socialista.

Luís Nobre frisou que “o que está a ser libertado” para o afluente do rio Neiva “não é esgoto direto”.

“Está a ser libertado resíduo que não está plenamente tratado. Tem de ser água tratada”, destacou.

No período antes da ordem do dia da reunião camarária de hoje, respondendo a uma interpelação do vereador do PSD, Paulo Vale, Luís Nobre informou que a reunião entre a Águas do Norte, responsável pela gestão do equipamento, e a CCDR-N, vai realizar-se na quarta-feira.

O encontro, explicou, servirá para “encontrar uma solução técnica de reformulação da ETAR, colocando-a dentro de padrões e das necessidades, atendendo ao volume de tratamento de resíduos” e “um financiamento que possa permitir uma gestão mais eficaz das situações de sobrecarga da ETAR”.

Na sexta-feira, à agência Lusa, o presidente da União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro, Rui Sousa, disse ter pedido ajuda à Assembleia Municipal de Viana do Castelo para a resolução das descargas “frequentes” da ETAR de Barroselas num afluente do rio Neiva.

Rui Sousa, garantiu que as descargas da ETAR, situada no lugar de Alvas, “acontecem há muito tempo”.

“Uma vez que as reclamações apresentadas até agora não tiveram resultado, fizemos chegar ao órgão máximo do concelho, que é a assembleia municipal, um pedido de ajuda para a resolução, de uma vez por todas, desta situação”, afirmou, na altura, o presidente Rui Sousa.

Também na sexta-feira, Álvaro Queirós, que reside junto ao ribeiro que desagua no rio Neiva, referiu à Lusa que vem alertando para aquelas descargas desde 2017, com participações à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à união de freguesias, à câmara municipal, às juntas de freguesia que se encontram a jusante da ETAR, mas sem sucesso.

O professor de manutenção industrial, que tem o registo fotográfico das descargas “mais ou menos constantes”, adiantou que a última ocorreu no dia 01 de março e criticou a “falta de vontade em resolver o problema”.

Segundo Álvaro Queirós, “as descargas acontecem para o ribeiro dos regos, que passa junto à ETAR e que desagua no rio de Teixe que, por sua vez, percorre cerca de 800 metros até chegar ao rio Neiva”, entre Castelo do Neiva, em Viana do Castelo e Antas, no concelho de Esposende, distrito de Braga.

A empresa Águas do Norte afirmou, em resposta por escrito a um pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa, que, “nos últimos seis meses, a ETAR de Barroselas registou apenas três anomalias no seu funcionamento, pontuais e imprevistas”.

Segundo a empresa, aquelas descargas “foram provocadas por excesso do caudal afluente àquela infraestrutura de tratamento de águas residuais”.

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