Alunas do Politécnico de Viana do Castelo vencem Desafio 25<25 das Academias do Conhecimento Gulbenkian

Rita Rodrigues, Inês Malheiro e Ana Teresa Queirós, alunas da licenciatura de Enfermagem da Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), venceram o Desafio 25<25 das Academias do Conhecimento Gulbenkian, em parceria com a Ashoka, com o projeto EmocionalMente.

“Foi uma experiência extraordinária e somos muito gratas pelo apoio do IPVC, da ESS e da Fundação Calouste Gulbenkian”, confidenciou Rita Rodrigues. O projeto vai ser implementado no próximo ano letivo na ESS, mas o objetivo das estudantes é alargar o EmocionalMente a todas as escolas do IPVC, até porque “faz sentido” que seja transversal a todos os cursos.

EmocionalMente nasce após a análise de um estudo que revela que 31,6% dos estudantes da ESS-IPVC recorrem a consultas de Psicologia ou Psiquiatria. “O nosso curso é muito exigente a vários níveis. As experiências curriculares que temos durante o estágio e o ter que cuidar do outro em situações críticas e de vulnerabilidade são desafiantes. A exigência curricular e carga horária intensa tão caraterísticas do curso de Enfermagem e a transição para o ensino superior são também fatores dificultadores do bem-estar do estudante, por isso, estes fatores levam a um défice emocional que afeta diretamente o estudante e tem forte potencial que se reflete na prática de cuidar”, começou por evidenciar Rita Rodrigues, acreditando que está nas mãos de cada um “mudar esta realidade”.

Inspiradas no livro de Paulo Moreira “Inteligência Emocional: uma abordagem prática”, as alunas da ESS-IPVC começaram a colocar em prática os cinco eixos da inteligência emocional, percebendo que esses cinco eixos ajudam a “equilibrar” as emoções. Entretanto, como já integram o INPEC+ surgiu a “oportunidade” de desenvolver um projeto para a Gulbenkian e as jovens alunas escolheram a temática “Saúde e Bem-estar”. Daqui à aposta na inteligência emocional foi um pequeno passo. “Foi algo que abraçamos imediatamente. Se faz sentido para nós, porque nos ajudou enquanto pessoas e também a nível profissional, então fazia sentido que os nossos colegas tivessem também essa oportunidade”, justificou Rita Rodrigues, sublinhando aqui a importância das sessões práticas de Inteligência emocional com a aposta da expressão da arte e movimento, bem como do autoconhecimento e gestão eficaz de emoções.

Neste projeto, a “ação transformadora” é que os estudantes partem à descoberta de si próprios e percebam que são parte da solução. “As soluções que já existem assentam fundamentalmente na sensibilização da comunidade académica para a importância da saúde mental e na procura de ajuda profissional em caso de necessidade. O EmocionalMente vai muito além disso, porque parte da solução está nos estudantes ao descobrirem que eles próprios fazem parte da solução. É um processo de autodescoberta num processo participado e de (co) construção, garantindo assim a sua sustentabilidade”, defendeu.

EmocionalMente surgiu assim da “necessidade de equilibrar o emocional e a mente”. Ao longo do ano letivo que terminou, o projeto passou por várias fases no âmbito da candidatura. “Aprendemos imenso, foi uma experiência gratificante. Tivemos oportunidade de conhecer muitas pessoas, que nos ajudaram a crescer e que nos colocaram à prova”, referiu a aluna, que terminou agora o 4.º ano da licenciatura de Enfermagem.

O EmocionalMente versão 1.0 permite aos estudantes desenvolverem autoconhecimento e gestão eficaz de emoções. Aqui surgem as sessões práticas, que visam desenvolver 5 dimensões: a autoconsciência, que é a capacidade de reconhecer as emoções e compreender as suas origens, o autocontrolo, que é a capacidade de gerir as emoções e adaptar a cada situação, a automotivação, que é a capacidade de utilizar as emoções de forma a motivar e atingir os objetivos, o reconhecer as emoções nos outros para compreender como se estão a sentir e os relacionamentos pessoais para gerir as emoções dos outros para assim melhorar as relações interpessoais.

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