Banco de provas de armas em Viana a partir de junho de 2021

Será o primeiro Banco de Provas (BdP) de Armas de Fogos e Munições em Portugal e o 15º a nível mundial. As armas produzidas no mercado ou importadas não mais precisarão de ir ao estrangeiro para serem certificadas. Deverá estar concluído em junho de 2021 e fica em S. Romão do Neiva (zona industrial), num terreno, com uma área de 8.900 metros quadrados, cedido pelo Município e próximo da Browning, a fábrica de armas ali implantada.

Conforme referiu o secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, Antero Luís, a “pandemia fez das suas” e o concurso teve de ser relançado, pelo que a concretização do projeto se atrasou em relação ao inicialmente previsto. No total, implica um investimento próximo dos 2, 5 milhões de euros, dos quais um milhão serão de fundos comunitários.

“Não tínhamos hoje nenhuma certificação das armas que são produzidas em território nacional e, portanto, com este banco de provas passam a ser certificadas em termos internacionais, deixando de ir à Bélgica para certificação. É uma melhoria para os produtores, mas também para a própria PSP, que a credibiliza e passa para um nível que hoje não tem”, observou.

O membro do Governo sublinhou mesmo que a Browning e os demais produtores de armas nacionais deixam de ter necessidade de ir certificar as armas ao estrangeiro.

“Desde logo, menos custos. Por outro lado, a partir do momento em que a certificação é feito em termos nacionais, implica obviamente a possibilidade de eventualmente outros operadores se instalarem em Portugal. Deixam de ter um custo de terem de ir ao estrangeiro para certificar as suas armas. Por outro lado, ainda, do ponto de vista da exportação é muito mais fácil, porque é exportada logo a partir de cá”, acrescentou.

Quanto à possibilidade de ser vir a constituir um cluster na região, admitiu-a como algo que seria o ideal e, nesse sentido, apontou a influência da Browning em termos nacionais.
O diretor do Departamento de Armas e Explosivos, Pedro Moura, no qual trabalham 112 pessoas (mais 400 polícias a nível nacional) apresentou o projeto, acrescentando que o banco de provas poderá também dar seguimento a experiências no centro nacional de peritagem. Afirmou, ainda, que equipamento vai “colocar Portugal e a PSP no standard máximo da qualidade das armas que são introduzidas no mercado”.

Na ocasião, apontou a possibilidade, agora, com o banco de provas no concelho de Viana do Castelo, a possibilidade de se trazer para o norte do país dispositivos (procedimentos) que só existem em Lisboa, como a desativação, autenticação e numeração de armas.

Em declarações à comunicação social, o presidente da Câmara, José Maria Costa, destacou o “aumento das competências da PSP, criando mais laboratórios e tendo mais equipamentos. Fica melhor dotada e ao nível do melhor que há a nível mundial”.

O edil considera que Viana do Castelo vai beneficiar disso, pois “vai aumentar a competitividade da FN Browning, que é uma fabrica muito importante no contexto da empregabilidade, mas também no das exportações. A expectativa é que, fruto da existência deste centro, possam para cá vir outras áreas associadas às armas e, quem sabe, outras atividades de fabricação.”

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