Comboio elétrico chega a Viana

Nine (Famalicão) e Viana do Castelo já estão, desde esta segunda-feira, ligados por comboio elétrico. O prolongamento da ligação até Valença deverá estar operacional no 2.º semestre de 2020.

O investimento na eletrificação da ligação de 44 quilómetros agora inaugurada, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, rondou pelos 16,5 milhões de euros. Todavia, o valor global – que inclui ainda o projeto, fiscalização, obras e materiais – ascendeu a 23 milhões.

Uma empreitada que demorou cerca de dois anos e três meses, tendo passado, nomeadamente, pela instalação da catenária ao longo de todo o troço, uma estação técnica em Midões e a ampliação da de Barroselas, com mudança do layout, também alterado em Darque e Viana do Castelo.

Com a conclusão da obra agora registada, é iniciada a circulação de dois comboios intercidades entre Lisboa e Viana do Castelo, passando esta cidade, Barroselas e Barcelos a disporem de uma ligação direta de longo curso, para a capital do país, possibilitando deslocações de manhã e regresso no final do dia (sem transbordo em Nine).
De acordo com o que nos foi dito, no serviço regional, as composições também serão, maioritariamente, elétricas.

De resto, passa a ser permitida a circulação de comboios de mercadorias com 750 metros, bem como da capacidade de 15 comboios de 300 metros por dia para 20 comboios de 750 metros. O tempo do trajeto diminui apenas 10 minutos nas ligações internacionais, 12 min. nas Interregionais e seis min. nas Regionais, segundo a IP.

MAIOR INVESTIMENTOS DOS ÚLTIMOS 100 ANOS
A viagem inaugural da entrada em serviço da circulação elétrica no troço entre Nine e Viana ocorreu na tarde desta segunda-feira, onde o primeiro-ministro, ministro das Infraestruturas e Habitação, o ministro de Educação, o secretário de Estado das Infraestruturas (o vianense Jorge Delgado), bem como administradores das infraestruturas de Portugal (IP) e o chefe do município de Famalicão eram esperados, designadamente, pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo e de outros autarcas do Alto Minho.

A cerimónia decorreu na Estação Ferroviária, junto à estátua do folclore, com uma receção que incluiu as Cantadeiras do Vale do Neiva, Filarmónica de Vila Nova de Anha e Banda da Associação Musical V. N. Anha. Muitos populares também quiseram assistir.

Na ocasião, António Costa considerou que se está a fazer o maior investimento da ferrovia dos últimos 100 anos, considerando fundamental no apoio à internacionalização da nossa economia, num plano que envolve investimentos na ordem dos dois mil milhões de euros.
O ministro das Infraestruturas destacou o que o ato significava no avanço da ferrovia, desde que ela chegou no séc XIX, aproveitou para “vender” a importância da ferrovia e do investimento em novas automotoras que, avisou, não há em stock e, por isso, só chegarão em 2023. Até lá, tomou a iniciativa de recuperar composições que estavam encostadas, investindo com dinheiro e pessoal, dada a importância que este meio de transporte tem para o país.

O presidente do IP deu conta da “aposta” na ferrovia, desde logo pelo que significa na competitividade, nas ligações internacionais e na interoperacionalidade (eletrificação) com o país vizinho.

O presidente da Câmara recordou a chegada do comboio à capital alto-minhota e a construção da ponte Eiffel (1878), a evolução nas ligações e a união dos autarcas que impediu que fosse eliminada a ligação a Espanha, por Viana do Castelo, em 2011. Exprimiu gratidão pelos desenvolvimentos registados, considerou mesmo a ligação elétrica um ‘marco histórico’ no desenvolvimento da região e de Viana do Castelo, um “território de oportunidades”.

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