Dragagem do canal de acesso aos estaleiros

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, presidiu, esta terça-feira, ao lançamento da obra de dragagem do canal de acesso aos estaleiros navais da West Sea.

A empreitada, contemplada na Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente – Horizonte 2026, conta com um investimento da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) na ordem dos 17, 4 milhões de euros (+IVA) e um investimento privado de 11 milhões de euros da West Sea.

O prazo máximo de execução de oito meses e tem uma área de intervenção de aproximadamente 190 mil metros quadrados. Espera-se que este investimento contribua para o aumento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) em mais 90 milhões de euros.

Contemplado está o aprofundamento do canal de acesso e anteporto para acesso de navios de calado até sete metros (com maré acima do nível médio) e comprimento até 200 metros em condições de segurança consideradas adequadas.

Conforme foi dito por Carlos Martins, presidente do grupo Martifer, em que a West Sea se integra, esta empresa emprega, só de forma direta, cerca de 400 pessoas. Faltam 30 postos de trabalho para os 400, porque não conseguimos até agora reunir pessoas que pudessem vir. As inscrições estão abertas todos os dias, para que isso possa acontecer.

Mesmo assim temos uma média de mil pessoas a trabalhar, diariamente, nestes estaleiros”, referiu o administrador que estima um aumento de 60% da faturação, através da reparação naval, e a criação de 120 novos postos de trabalho, com a dragagem do canal de acesso.

Entre as medidas mitigadoras patrimoniais e ambientais destacam-se o facto das explosões para desmonte do fundo rochoso não devem coincidir com o horário de aulas das escolas situadas na envolvente, bem como a instalação de sismógrafo permanente no Forte de Santiago, que fará leituras em contínuo 24 horas/dia, sete dias da semana.

Trata-se de um projeto que, conforme o anunciado, pretende “melhorar as condições de acesso ao cais do Bugio e aos estaleiros Navais, e vai estimular o desenvolvimento industrial, permitir a entrada de navios de maior dimensão no porto” – inclusive aos que agora já o podem, mas apenas na altura das mares – e potenciar “a criação de um cluster competitivo na indústria naval portuguesa, aumentando a competitividade da infraestrutura portuária”. A intervenção vai ainda promover a melhoria das condições de segurança e navegabilidade no porto de Viana do Castelo.

A apresentação do projeto coube à presidente da APDL, Guilhermina Rego, seguindo-se o presidente da Martifer que aproveitou, também, para referir a Pedro Nuno Santos a disponibilidade do grupo para produzir material ferroviário de que o país carece, bem como o facto dos estaleiros estarem sempre a laborar durante a pandemia (apenas foram para casa os dos grupos de risco).

José Maria Costa congratulou-se com a obra lançada e o facto do grupo Martifer estar sedeado no distrito de Aveiro, cidade com que Viana do Castelo está geminado e, inclusive, ter na toponímia o nome dela (e Aveiro o de Viana do Castelo). Elogiou, inclusive, as parcerias criadas entre os vários atores e o papel que atribuiu aos recursos humanos (“são as pessoas”) e o novo élan dado à indústria naval em Portugal.

De acordo com o autarca, a obra agora lançada “resolve um dos fatores críticos de sucesso do Porto de Viana do Castelo”, sublinhando o papel fundamental da antiga ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, nos projetos de desenvolvimento do porto de Viana do Castelo.

Já o ministro das Infraestruturas – que trouxe consigo os secretários de Estado Adjunto e das das Comunicações, Alberto Souto, e o das Infraestruturas e Habitação, o vianense Jorge Delgado – que enfatizou a importância da aposta em se produzir e fabricar em Portugal. Pedro Nuno Santos afiançou mesmo que se cada um se dedicar a fazer o que sabe melhor, em vez de se ir adquirir lá fora, o povo viverá melhor e será mais feliz.

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