Economia do mar no Alto Minho

A INOVSEA tem como objetivo potenciar a inovação nas PME que integram a Economia do Mar das regiões costeiras do Alto Minho e Baixo Mondego.

A apresentação decorreu, na última semana, em Viana do Castelo e na Figueira da Foz. A apresentação na capital alto-minhota, a empresários ligados, direta ou indiretamente, à economia do mar, decorreu numa unidade hoteleira do Cabedelo.

Coube a Álvaro Sardinha, consultor especialista da CH Consulting, apresentar o Plano de Ação e Medidas. Numa intervenção, bastante entusiasta e documentada, enfatizou as potencialidades do mar e do seu potencial industrial. A título de exemplo, apontou o caso de um automóvel, que incorpora cerca de três mil componentes, enquanto um cruzeiro chega às 900 mil componentes. Além disso, chegam a transportar 1500 pessoas (alguns têm 700 quartos), ou seja, um potencial nada desprezível.

Deu conta, também, de um potencial que cabe explorar – na Austrália, cada turista, em termos médios, gasta 4 800 dólares; em Portugal, 860 — na aposta no hidrogénio (disrupção) e num futuro com navios sem tripulação e da economia azul “que tem de ser sustentável”.

Sublinhando que os planos não podem servir para “masturbação mental”, mas para se concretizar em “algo concreto”, abordou a importância da “cooperação e do incremento de competências em fatores críticos de competitividade, como sejam a Economia Circular, a Transformação Digital, a Literacia Financeira e Internacionalização, que permitam potenciar a valorização das atividades e a progressão nas cadeias e valor”.

Num investimento de cerca de 420 mil euros, com mais dois anos de percurso, o INOVSEA é cofinanciado pelo COMPETE 2020, Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER). promovido pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, (ACIFF – Associação Empresarial Regional), cujos trabalhos de organização decorreram numa altura em que grande parte das pessoas estavam confinadas.

“Em Viana do Castelo a economia do Mar tem um futuro e uma agenda extraordinariamente risonha e otimista. É muito significativo quer o investimento público e privado que se perspetiva para os próximos anos quer o volume e a qualidade do emprego que se espera criar. Neste contexto, o INOVSEA terá um papel ativo na mobilização e congregação de vontades e interesses da comunidade marítima de Viana do Castelo para evidenciar e reforçar um tão importante setor,” afirma Manuel Cunha Júnior, presidente da AEVC.

Defensor da economia verde, Cunha Júnior acredita num futuro sustentável e no potencial das atividades ao mar. Otimista, deu-nos conta de que, como presidente da AEVC, 2020 “foi um excelente ano”, apesar da pandemia, e do modo como os empresários vianenses estão a voltar a apostar nesta estrutura empresarial.

PLANO DE AÇÃO
As ações previstas no projeto enquadram-se em três grandes eixos, que passam pela definição da estratégia para as regiões costeiras, dinamização de ecossistemas de inovação/redes de cooperação e qualificação e capacitação.

Potenciar e criar novas sinergias entre os diferentes agentes económicos e entre as duas regiões envolvidas no projeto é um dos desideratos deste.

Os primeiros passos já foram dados e no âmbito do projeto foi realizado um estudo estratégico para a economia do mar nestas regiões costeiras com o propósito de definir os princípios orientadores da intervenção, providenciando uma visão para as mudanças estruturais e tecnológicas que são necessárias implementar para incrementar e valorizar as atividades da cadeia de valor do mar.

Neste sentido está a decorrer uma consulta pública para a qual se aguardam contributos de todos os atores do setor das duas regiões. Esta consulta é efetuada online, através do site <inovsea.pt>, e está disponível até ao final deste mês de julho.

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