Ecovia de Arcos de Valdevez chegou a Sistelo

O último troço da ecovia do rio Vez, em Arcos de Valdevez, chegou à aldeia monumento nacional de Sistelo, com a inauguração dos últimos 500 metros do passadiço que circunda o pequeno Tibete português.

“É o último troço a chegar à aldeia de Sistelo, mas nós não vamos parar por aqui. Queremos prolongar os trilhos em Padrão e Porto Cova, que também integram a área classificada como monumento nacional. Queremos investir na requalificação do espaço público e do património construído como, por exemplo, os espigueiros e os moinhos”, afirmou o presidente da Câmara.

Contactado pela agência Lusa, a propósito da inauguração, João Manuel Esteves disse estarem previstas “outras benfeitorias como a reabilitação de áreas de lazer a recuperação da antiga escola primária de Padrão, para centro de divulgação da paisagem cultural, e a requalificação dos miradouros de Estrica, Souto e Portela, num investimento superior a 250 mil euros”.

O autarca social-democrata referiu que “o investimento na valorização da paisagem, do trabalho do homem nos socalcos, nos produtos da terra”, começou há vários anos, mas admitiu que “acelerou” a partir de 2017, com a classificação, pelo Governo, da paisagem cultural da aldeia do Sistelo como monumento nacional, o que a tornou “na primeira do país a deter aquele reconhecimento”.

“A combinação da paisagem, do trabalho do homem nessa paisagem e os produtos da terra têm resultado em benefícios para a freguesia de Sistelo, para o concelho e até para a própria região”, sustentou, adiantando que o trabalho, feito em parceria com a Junta de Freguesia de Sistelo, pretende tirar proveito do aumento de turistas após a classificação, processo iniciado em 2015.

Em 2019, foi criada uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) para a aldeia de Sistelo, incluindo os lugares de Igreja, Padrão e Porto Cova.

Aquele instrumento alcançou o objetivo, atraindo os privados, após um investimento público superior a um milhão de euros.

“Neste momento, há fortes investimentos privados, de mais dois milhões de euros, na reabilitação de casas para alojamento local, restauração e venda de produtos locais e artesanato. Criaram-se postos de trabalho e riqueza. Criou-se toda essa dinâmica em torno da valorização de um território que é muito procurado”, sublinhou.

“Além de contribuir para atrair investimento privado, aumentar o rendimento e contribuir para a fixação de população, aquela dinâmica tem efeitos não só no turismo, no comércio e nos produtos locais, mas também na agropecuária. A abertura de restaurantes aumenta procura, sobretudo de gado de raça cachena”, especificou.

João Manuel Esteves referiu que o investimento público já executado centrou-se “na melhoria da qualidade de vida da população, das condições de visitação da aldeia, através dos passadiços, e da ecovia, da requalificação do espaço público e da expansão da fibra ótica e de ‘wi-fi’”.

“Um dos grandes investimentos foi a recuperação do Castelo de Sistelo, que se transformou num encontro interpretativo da paisagem, que tem espaço expositivo, educação ambiental e de mostra de produtos locais, posto de informação turística”, apontou.

A casa nobre, em que um dos lados tem duas torres, simbolizando um castelo, foi mandada construir no século XIX pelo primeiro visconde de Sistelo.

Encaixada no fundo de um vale, situado às portas do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), bem junto à nascente do rio Vez, a aldeia de Sistelo está integrada na Rede Natura.

O troço da ecovia de Sistelo hoje inaugurado custou 70 mil euros e está integrado na ecovia do Rio Vez, que parte de Padreiro, e que tem uma extensão total de 34 quilómetros.

A sua construção, orçada em mais de um milhão de euros e apoiada por fundos comunitários, foi iniciada em 2013.

A ecovia do Rio Vez desenvolve-se ao longo de três troços, com aproximadamente 10 quilómetros cada, ligando Jolda a Arcos de Valdevez, Arcos de Valdevez a Vilela e, desta freguesia, até Sistelo.

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