Grupo de pescadores lúdicos contestam decisão da Docapesca

Um grupo de pescadores lúdicos do Cais da Ribeira vão amanhã, a partir das 10h, manifestar-se junto da Doca das Marés, perto do Posto do Instituto de Socorros aos Naufrágos (ISN), para contestar a obrigatoriedade de retirar as embarcações daquele local até ao dia 20 de maio.

Hernâni Silva explica que naquele cais existem 28 embarcações e “há espaço para todos”. Lembrando ainda que “nós [pescadores lúdicos] fazemos a verdadeira pesca artesanal, pois usamos apenas com linha e anzol, que é o método mais tradicional”. Adiantando que “se nos quiserem colocar como pescadores de pesca artesanal, nós não nos importamos”.

Em causa está o edital nº02/2022 da Docapesca, que estipula um prazo de 30 dias para. retirada das embarcações de pesca lúdica do Cais das Marés. “Embarcações de pesca lúdica/náutica de recreio, algumas delas aí fundeadas desde a reabilitação das marinas da margem direita do rio e a montante da ponte ferro-rodoviária (Eiffel)(…) não mais se justifica a ocupação por aquelas embarcações das bacias portuárias destinadas à pesca profissional”.

Recorde-se que há dias, o presidente da Associação de Pescadores Ribeirinha de Viana, António Coimbra, lamentava que os pescadores de pesca lúdica atracassem naquele Cais. António Coimbra dizia que naquele cais não há custos para o atraque dos barcos e é esse o motivo que leva muitos pescadores lúdicos a utilizar. “Açambarcam os nossos lugares de atracagem. Este é um cais para a pesca artesanal e estas plataformas foram construídas para pesca artesanal. Não se compreende como é que as embarcações de pesca lúdica, cerca de meia centena, continuam aqui”, assegura.

Hernâni Silva contesta esta declaração e explica que o barco dele já estava atracado na Doca das Marés desde 1992. Acrescentando que “há muitas embarcações degradadas e essas é que deveriam ser retiradas e deixar de poluir o espaço”.

Para este pescador lúdico, a pesca é um hobby e uma forma de comer peixe fresco. “Muitos dos pescadores lúdicos têm o barco para apanharem algum peixe para consumo. Os que têm os barcos nesse espaço são pobres e alguns nem carro têm”. Afirmando: “sempre nos demos bem com os pescadores profissionais, não entendo esta situação”.

O presidente da Associação Ribeirinha de Viana diz que “os barcos de pesca lúdica foram encaminhados para o cais de pesca artesanal, a título provisório, enquanto era construída uma nova marina para suas as embarcações, a jusante da ponte Eiffel”.

“A marina está pronta há muito, mas os proprietários de barcos de pesca lúdica continuam a atracar no cais dos pescadores, retirando-lhes espaço de atracagem”, constatou.

“Não temos nada contra as embarcações de pesca lúdica. A questão é estarem as coisas nos seus lugares. Esta está preparada para a pesca artesanal. Temos de ter as plataformas livres. Há barcos de pesca artesanal que pertencem a homens idosos e que têm dificuldade em encontrar lugar para atracar e sair em segurança”, esclarece.

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