Jimmy P. sensibiliza adolescentes

O rapper esteve em Viana no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Mais de 400 alunos das escolas locais juntaram-se no auditório da Entidade de Turismo Porto e Norte. A iniciativa foi organizada pelo Gabinete de Apoio à Família (GAF), a delegação local do Instituto Português da Juventude (IPJ) e a Câmara Municipal de Viana do Castelo.

“Os dados [da violência contra as mulheres] de hoje são assustadores: 35 mil participações e 800 detenções”, manifestava, na sessão de abertura, o diretor da delegação de Viana do IPJ. Vítor Dias explicava que “vocês jovens vão ajudar a transformar. Inserem-se num contexto onde a igualdade é essencial”. Aquele responsável referia: “nada de violência contra quem for, porque a violência não leva a lado nenhum”.

A diretora do GAF também dava conta do sucesso da parceria. “É a sétima vez que estamos aqui”, lembrava. Leandra Rodrigues lamentava que “ainda não podemos deixar de assinalar este dia”. Apelando aos jovens para ouvirem a mensagem que foi transmitida quer seja em termos musicais, teatrais e de leitura.

O vereador com a pasta da Promoção da Saúde desafiava os organizadores para, no próximo ano, assinalar a data no exterior e envolver mais pessoas. “Enquanto jovens são também uma referência para os mais pequenos. É extremamente importante vocês incutirem os valores contra a violência”, assegurava Ricardo Rego.

Jimmy P. entrou em palco, para delírio dos adolescentes, e apresentou o projeto pedagógico “Amar-te e respeitar-te”. O rapper, natural do Barreiro, dava conta do objetivo da iniciativa: “queremos trazer alguns conteúdos que vos levam a debater com os vossos amigos”. Acrescentando: “sabendo que a violência contra as mulheres/homens é um crime se souber e não o denunciar também estou a cometer um crime”.

Segundo o artista, o projeto pedagógico, que inclui três músicas e um livro, surgiu quando se deparou com uma situação de violência e não sabia o que fazer. “Com o livro são apresentadas as diferentes formas de violência e os locais onde podemos pedir ajuda”, dizia.

Manifestação

A Praça da República acolheu uma manifestação pelo fim da violência contra as mulheres, na tarde de sexta-feira. A organização foi da associação Feminismo sobre Rodas, Coletivo 4900 e da AISCA.

Fernanda Kamonseki, do Feminismo Sobre Rodas, explicava que “o ideal é colocar em evidência o aumento que tem ocorrido do feminicídio. Uma em cada três mulheres sofrem algum tipo de violência. E aqui em Portugal tem crescido muito. Nós queremos trazer isso para a atenção das pessoas, queremos dar voz para que elas saibam que não estão sozinhas”.

Com uma faixa que evidenciava o fim da Violência Obstétrica, Adriana Temporão, em nome do Coletivo Feminista do Distrito de Viana do Castelo, falava para o público na apresentação da manifestação destacando os dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) onde “entre 01 de janeiro e 15 de novembro deste ano, 28 mulheres foram mortas, 22 das quais no contexto de relações de intimidade”.  

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