“Laranjas” de todo o país reuniram-se em Viana do Castelo

A abertura aconteceu na noite de sexta-feira com o discurso do líder, Rui Rio, a centrar-se nas autárquicas de 2021. “Mais do que o número de deputados que consegue eleger para a Assembleia da República, é o número de autarcas eleitos que, do ponto de vista estrutural, mede a verdadeira força de um partido na sociedade”, dizia. Rui Rio falava da conquista de Abril do poder local democrático e defendia a “descentralização e a desconcentração da nossa vida política e administrativa”. “Temos, em 2021, de recuperar o terreno perdido em 2013 e em 2017. Recuperar presidências de câmara, mas também vereadores e eleitos de freguesia”, definia.

Eleito há cerca de um mês como líder do PSD, Rui Rio apelava à união e manifestava a aposta na “proximidade às pessoas e no seu conhecimento dos problemas”.

Crítico do “jobs for the boys”, o líder laranja sublinhava que “um partido não pode ser uma agência de empregos políticos”. Adiantando que “os diferentes posicionamentos dentro de um partido têm de ser ditados por genuínas diferenças de opinião e não por divergências fabricadas, que apenas pretendem combater quem não nos deu o lugar que a ambição pessoal reclamava”.

O presidente da Concelhia abriu os discursos do Congresso, dando as boas-vindas e traçando objetivos. “Portugal ainda tem futuro, senhor presidente do PSD. O caminho é apertado, mas ainda há razões para acreditar que é possível um futuro melhor e mais promissor”, referia Eduardo Teixeira.

O também deputado na Assembleia da República explicava que “só com uma atitude interventiva é que seremos protagonistas da construção do nosso presente e futuro coletivo”.

Por sua vez, o presidente da Federação distrital do PSD destacava as raízes do partido assentes no poder local. “O Partido Social Democrata teve, desde a sua formação, raízes muito profundas no poder local. O nosso partido foi sempre interclassista, genuinamente português, reformista, empreendedor. Através da sua ação procura a melhoria das condições de vida dos seus cidadãos”, esclarecia Carlos Morais.

Durante o sábado, ocorreram bem mais de uma centena de intervenções e apresentação das diversas moções setoriais. Todos os “pesos pesados” do partido marcaram presença, bem como os candidatos que, em janeiro, disputaram a liderança com Rui Rio. À noite, na hora do FC Porto – Benfica, os trabalhos praticamente pararam.

Entre as centenas de convidados, estavam representantes das autarquias, deputados, representantes diplomáticos, dirigentes de estruturas empresariais, os lideres da CGTP/Intensidical e da UGT e de vários partidos políticos, incluindo os que têm representação parlamentar (com exceção do Bloco de Esquerda).

ENCERRAMENTO
No discurso de encerramento e aclamação do líder, no domingo, já ao início da tarde e que se prolongou por uns 50 minutos. Rio defendeu reformas na justiça e no sistema político. Criticou processos e as investigações que se arrastam sem que haja punições. Do ponto de vista político, sustentou que são necessárias reformas estruturais, a começar pela Assembleia da República (com uma redução do número de deputados) e autarquias.
Na sua intervenção mostrou-se especialmente preocupado com a falta de eficácia no Serviço Nacional de Saúde. Neste setor, evidenciou preocupação com os mais desprotegidos, nomeadamente os que não têm ADSE (que serve cerca de um milhão de pessoas), nem seguros de saúde (dois milhões).

Rio atacou, ainda, o modelo económico que considera que está implementado pelo Governo, assente no crescimento do consumo privado, que atribuiu à sua “união de facto com os partidos da esquerda mais radical”. Deste modo, considerou que “jamais o país terá condições de pagar melhores salários e conseguir que a nossa economia possa criar melhores empregos”.

O conclave do PSD serviu ainda para a eleição dos vários órgãos do partidos. Entre eles, a Comissão Política Nacional, com a lista de Rio a obter 62, 4% dos votos. Obteve 541 votos favoráveis, 227 brancos e 99 nulos. Verificaram-se 867 votantes. Dois alto-minhotos integram os órgãos nacionais do partido. Trata-se do vianense Eduardo Teixeira, na Mesa do Congresso e Conselho Nacional, e do limiano António Martins, como vogal da Comissão Política Nacional.

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.