Mais de dois mil estudantes participaram no cortejo académico do Politécnico de Viana do Castelo

O cortejo académico assume-se como um dos momentos mais marcantes da Semana Académica. Este ano, foram perto de uma vintena os carros de curso que desfilaram pelas principais ruas de Viana do Castelo, entre a Escola Superior de Tecnologia e Gestão e a Escola Superior de Educação. E, no cortejo académico, uma vez mais, os estudantes mostraram civismo e as imagens das ruas repletas de copos de plástico e de latas vazias fará, certamente, memória passada, porque, este ano, o destaque vai para os copos reutilizáveis e a recolha das latas durante o percurso.

Alguns saíam da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC) já com a voz embargada e os olhos lacrimejantes. Para uns, o cortejo académico marca o fim de um percurso e o virar de página que vai deixar saudade. Para outros, a saudade é porque deixam de usar, com orgulho, o título de caloiro. Mas a saudade, palavra tão portuguesa quanto sem tradução, é prova, inequívoca, de vivência, experiência e recordação. É memória de um aperto no peito que nenhum deles quer deixar de sentir. Pelo menos para já.

O cortejo académico é “um misto de emoções e um dia para guardar numa das gavetas mais bonitas da memória”. É assim que o jovem Filipe Morais, de 25 anos, define o desfile que estava prestes a começar. Está a concluir a licenciatura em Desporto e Lazer, na Escola Superior de Desporto e Lazer, em Melgaço, e já sente saudades dos momentos vividos na academia. “Agora percebo bem o que os colegas diziam quando cá cheguei. Diziam para aproveitarmos, porque estes seriam dos melhores anos das nossas vidas. E são mesmo. É incrível aquilo que vivemos na ESDL-IPVC”.

As vestes não enganavam. Filipa Teixeira, de apenas 18 anos, era caloira. Chegada do Gerês, entrou no curso de Turismo, na ESTG-IPVC, seguindo as pisadas, e as risadas, da irmã, Carolina, de 21 anos. No percurso académico e nos sonhos. Ambas estavam bem cientes do que ambicionam para o futuro: trabalhar em turismo. “É um dos dias mais felizes e importantes. Chegar aqui, com o primeiro ano concluído e, ainda por cima, acompanhada pela minha irmã”, contava-nos a irmã mais nova. E completava Carolina: “Na Escola, temos um ambiente incrível e os nossos professores também são super porreiros. Mas chegar aqui com a minha irmã a seguir as minhas pisadas é ainda mais espetacular”.

 

“É uma emoção sem palavras. Todo o ambiente e a forma como os nossos filhos foram acolhidos, não tem igual”

Do Gerês, descemos até Faro para conhecer a Daya Gonçalves, de 27 anos. Acompanhada por João Araújo, de Famalicão, assistia ao cortejo académico do Politécnico de Viana do Castelo. Não tinha nenhum familiar a desfilar, mas veio até Viana do Castelo para reviver memórias e visitar amigos criados no tempo de estudante. Já João, formado na ESDL-IPVC, tinha no cortejo a namorada e na bancada, a assistir ao desfile, os pais e os “sogros”. “Voltar aqui é muito bom. Parece que recordamos e voltamos a sentir tudo de novo, as emoções de sermos caloiros, mas também as lágrimas de sermos finalistas”. A mãe, que já vivera a alegria de acompanhar dois filhos finalistas de um curso superior, falava-nos do que sentia. “É uma emoção sem palavras. Todo o ambiente e a forma como os nossos filhos foram acolhidos, não tem igual. Foram momentos que vamos levar para sempre”, descrevia Aurora Machado.

Olívia Ribeiro também tinha chegado cedo para assegurar um lugar na primeira fila e aplaudir de perto a filha que seguia no cortejo. “O meu filho licenciou-se na ESTG e a minha também lá está, em Turismo. É, por isso, que venho, mas também lhe digo, para o ano, já cá não terei ninguém a estudar, mas garanto que volto para assistir, porque estes são momentos únicos”.

Antes do início do cortejo, conseguimos, ainda, falar com a finalista Joana Matos, de 21 anos, natural de Barcelos. Estava na reta final da licenciatura em Contabilidade e Fiscalidade, da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE-IPVC), em Valença. “Não conhecia ninguém quando vim para cá e agora termino a minha licenciatura com muitos amigos. E amizades que me irão acompanhar pela vida fora. Esta é a definição do espírito que vivemos na ESCE-IPVC”.

E começava o cortejo académico do Politécnico de Viana do Castelo. Na tribuna estavam já os jurados que iriam avaliar as melhores performances. Umas mais elaboradas do que outras, as coreografias expressavam, sobretudo, o orgulho pelo curso e a academia que tinham escolhido no verão passado ou a saudade que já sentiam pela despedia que se sentia perto. “Ohh Viana, para sempre vou recordar memórias deste lugar” cantavam os estudantes da licenciatura em Gestão, da ESTG-IPVC. E de repente, o silêncio. Só se ouvia o jovem Tiago e o seu saxofone com o tema “Havemos de ir a Viana”, de Amália Rodrigues. E os aplausos abafaram o momento.

De Freddie Mercury ao Bob, o Construtor, do heavy metal ao folk, das batas verdes da Enfermagem às cortinas de fumo, dos abraços às lágrimas, das vozes que se iam perdendo por entre emoções aos óculos escuros que encobriam os olhos mais chorosos. Assim foi o cortejo académico, que mobilizou mais de dois mil estudantes e que percorreu as principais artérias de Viana do Castelo. Da Escola Superior de Tecnologia e Gestão até à Escola Superior de Educação. E já que nos referimos à Educação, ela, mas também os atos de civismo não faltaram. E, no cortejo académico, uma vez mais os estudantes mostraram civismo e as imagens das ruas repletas de copos de plástico e de latas vazias fará, certamente, memória passada, porque, este ano, o destaque vai para os copos reutilizáveis e a recolha das latas durante o percurso.

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