Matos Fernandes acredita em “consenso” para a concretização da interligação elétrica

O ministro do Ambiente e da Ação Climática defende que Portugal e Espanha estão “muito perto do consenso” para a construção de uma interligação elétrica no Alto Minho, que ligará a Península Ibérica ao centro da Europa. Esta garantia foi dada em entrevista à agência Lusa.

“A interligação no Alto Minho é da maior importância para [o projeto] poder avançar e quero acreditar que já estamos muito perto do consenso entre Portugal e Espanha”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, em entrevista à Lusa.

Em 2018, responsáveis de Portugal, Espanha e França comprometeram-se, numa cimeira em Lisboa, a ter “rapidamente” uma interligação elétrica a ligar os três países, num projeto que vai receber “o maior apoio financeiro europeu de sempre” dado a uma infraestrutura energética. Este projeto envolve Portugal, Espanha e França e tinha o intuito de cumprir a meta europeia de 10% do nível de interligações elétricas até 2020, prevendo ligações entre Portugal e Espanha (pela Galiza) e Espanha e França (pelo Golfo da Biscaia e pelos Pirenéus).

“Espanha foi mesmo um problema na ligação do Alto Minho, […] porque, em Monção, andou a ‘dançar’ com o corredor para a esquerda e para a direita, quando já havia um corredor que estava definido e, por isso, neste momento, voltaram ao corredor inicial e o projeto tem todas as condições para se poder concretizar”, explicou o ministro com a pasta da energia. “É verdade que existem os Pirenéus e isso torna muito mais difícil as interligações entre Espanha e França”, acrescentou.

Para o governante, a Europa tem necessidade de uma interligação elétrica entre a Península Ibérica e França, para poder usufruir de energia produzida a partir de fontes renováveis em Portugal, a preços mais baixos.

“Com eletricidade produzida a partir de fontes renováveis a muito mais baixo custo na Península Ibérica do que no centro da Europa, quem vai, afinal, acabar por querer e muito estas interligações é mesmo o centro da Europa, porque quanto menos interligações existirem mais protegido está o nosso sistema, no sentido de a eletricidade em Portugal ser muito mais barata do que no centro da Europa”, defendeu o ministro.

Matos Fernandes lembrou que quanto mais interligações houver, mais tendência haverá para que os preços da eletricidade dos vários países se igualizem. “Essas interligações são da maior importância, mas, neste momento, não são menos importantes para Portugal do que para o centro da Europa, não tenho a mais pequena dúvida, senão a vantagem competitiva de Portugal e também de Espanha, para atrair indústrias, vai ser muito superior à dos países da Europa central”, acrescentou.

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