Navio russo fundeado ao largo de Viana

Um navio russo, que vinha carregar material eólico à Enercon está fundeado, há mais de uma semana, ao largo de Viana do Castelo. A empresa alemã não autorizou o carregamento do material, na sequência das sanções aplicadas àquele país por causa da invasão na Ucrânia.

Segundo informações da Capitania de Viana do Castelo, a embarcação aguarda “a atribuição de frete” para que possa fazer o carregamento do material. O capitão do porto explica que “o navio está a ser acompanhado pelas autoridades competentes” e conta com 10 tripulantes a bordo.

O cargueiro de bandeira russa Topaz Don chegou ao porto de Viana do Castelo na segunda-feira, dia 28 de fevereiro, às 20h15, e continua fundeado a aguardar instruções do armador russo, após ter sido impedido pela multinacional alemã de construção de aerogeradores de fazer o carregamento de pás e turbinas para torres eólicas.

“A sede da Enercon na Alemanha deu instruções à empresa de Viana do Castelo para não autorizar o carregamento na sequência das sanções aplicadas à Rússia, e o armador deu indicações ao comandante do navio para não entrar no porto e permanecer no fundeador”, referiu o comandante.

“Nós categoricamente não queremos usar barcos de bandeira russa. Esta foi uma reação espontânea que tivemos aqui em Viana. Entramos em contacto com a casa-mãe na Alemanha e estamos alinhados. Este é posicionamento geral da Enercon”, declarou, ao JN, o CEO da empresa alemã. Micha Strauss disse que o barco “pertence a uma empresa do Dubai e não sei como é que chegou a receber uma bandeira russa. Já disse ao meu departamento de logística que temos de ter muito cuidado para que não troquem agora a bandeira e ficarmos numa situação complicada”, comentou, insistindo: “O nosso posicionamento na questão ética em relação à Ucrânia e à Rússia está muito claro: não queremos fazer negócios com a Rússia e tentamos evitar qualquer relacionamento”.  

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.