Carla Boehl, engenheira vianense, e Lídia Santiago, vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, foram as oradoras de uma iniciativa, que aconteceu ao final da tarde de 15 de julho, na Delegação da Ordem dos Engenheiros, em Viana do Castelo, assinalando o Dia Internacional da Mulher na Engenharia, decretado pela UNESCO.
A vianense mora e trabalha na Austrália e apresentou a realidade de ser mulher e engenheira naquele continente. “Na Austrália o que agora se discute muito é o equilíbrio entre a vida familiar e a profissional”, referia. Carla contava que “lá [Austrália] é ao contrário do que se passa em Portugal, a maioria das mulheres não trabalham. Ficam em casa a tomar conta dos filhos”. Apesar de muitas vezes ser a única mulher nas equipas, garante que “nunca foi um obstáculo ser mulher e dirigir uma equipa masculina”.
Apaixonada pela área de engenharia e licenciada em Civil, Carla Boehl foi para a Austrália à procura de novas oportunidades de emprego. Naquele continente manifesta que tem “muitas oportunidades, desde que tenhas capacidade de trabalho” e assegura que “o que mais gosto na Austrália é que podemos trabalhar em várias áreas. Tenho muitas oportunidades para fazer coisas em que não são a minha área”. Adiantando também que atualmente “está na moda ser engenheira”.
Em Portugal, a vice-presidente da Ordem falou da realidade, defendo que “é necessário fazer um grande trabalho para que as mulheres acedam à engenharia”. Atualmente a percentagem de mulheres ronda os 20 por cento. “A profissão de engenheira não é muita diferente de ser engenheiro, só precisamos de ter mais oportunidades ou oportunidades iguais”, disse Lídia Santiago.
Lítio seria “uma mais-valia”
Questionada pela assistência sobre a possibilidade de exploração de lítio no território do Alto Minho, Carla Boehl afirmou que seria “uma mais-valia”, pois “traz experiência, muito trabalho e crescimento profissional”. Confessando a necessidade de “estipular as regras” desde o início.