Pintomeira apresenta “Retrospectrum”

Mas não é só uma retrospetiva de trabalhos das muitas fases porque já passou o artista. Nesta exposição, mais importante, é a nova fase que Pintomeira deu a conhecer.

Nos antigos Paços do Concelho, no Piso 0, estão patentes quadros de algumas das 16 variantes que compõem a sua vida artística. Com dois quadros de cada uma delas, ali estão representadas as “Nova Linha”, “Faces”, “Outras Faces”, “Cutouts”, “Madonas” “Contornos”, e outras, numa demonstração de versatilidade e grande sentido criativo de Pintomeira.

No Piso 1 estão expostos quadros das mais recentes fases, a Cutouts 1 e Cutouts 2, sendo esta última apresentada pela primeira vez e a que está a despertar mais curiosidade.

Na cerimónia de abertura, que contou com a presença do presidente da Câmara, José Maria Costa e da vereadora do património e equipamentos culturais, Carlota Borges, esta nova série teve alguma explicação técnica da parte de Pintomeira. No entanto, o artista considerou que mais importante que a sua própria opinião é a apreciação individual de quem visita a exposição. Contudo, numa apreciação bem fundamentada, Leonardo Moniz, ensaísta e artista plástico, considera que, nesta série Cutous (2019-2020), o autor parece ter abandonado a representação figurativa que o acompanhou durante quase 50 anos. “O desenho da figura humana, de objetos ou mesmo representações da natureza, deixou de ser utilizado como expressão de linguagem de expressão imagética ou como narrativa plástica de comunicação”. Porém, ainda segundo o ensaísta, tal não é de todo verdade, já que, nesta variante, Pintomeira recorre à representação de algumas figuras geométricas, usando círculos, retângulos, linhas tracejados, grafismos e outros, na composição e organização formal.

Na verdade, dos quadros sobressai, um geometrismo bem organizado, acompanhado de um cromatismo bem combinado, na base de cores vivas, que tornam cada peça num objeto de manifesta proximidade, porque muito decorativa. Mas, como refere o artista, é vendo a exposição que cada um faz a sua apreciação.

José Mª Costa manifestou apreço pelo artista e pela sua preocupação em mostrar primeiramente em Viana a sua nova arte, como sempre prometeu. Pintomeira mostrou-se agradado pelos apoios que recebeu, falou da arte que faz parte da vida dele há mais de meio século e deixou o desafio para que Viana, tal como muitas outras grandes cidades, venha também a ter o seu Museu de Arte Contemporânea. Fica o desafio, para que Viana, igualmente no domínio artístico, reforce a sua beleza.

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