Radiologistas continuam em vigília na ULSAM

Vinte e sete técnicos de radiologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) iniciaram ontem três dias de vigílias e avançaram também com dois dias greve pela “estabilidade contratual” e pela “valorização remuneratória”.

“Acima de tudo o que está aqui em causa é o posto de trabalho. É destes trabalhadores, por inerência, porque o ocupam há 14, 10, sete anos nesta instituição, nestas instalações e para esta comunidade. Para isto defendemos a internalização do serviço de Imagiologia na ULSAM. Não sendo possível, no imediato, a internalização temos de melhorar as condições de trabalho destes trabalhadores e essas passam, acima de tudo, pela parte remuneratória, pela estabilidade no contrato”, afirmou, aos jornalistas, Diana Moreira, do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS).

Recorde-se que o serviço de Radiologia da ULSAM é, desde 2004, concessionado a uma empresa, por um período de três anos.

No mês de fevereiro, a empresa concessionária, Lifefocus, começou a enviar cartas de rescisão dos contratos aos trabalhadores do serviço de Imagiologia, com efeitos a partir de 31 de março de 2021.

A vigília iniciou-se ontem, às 14h, e prolonga-se até sexta-feira, às 17h. Os técnicos presentes traziam alguns cartazes com algumas palavras de ordem: “Na linha da frente para a fila do desemprego”, “O meu prémio Covid foi ser despedido”, “200 horas mensais em plena pandemia e agora rua”, “Licenciados a quatro euros à hora no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, “Precários desde 2004”, “Nem menos, nem mais, salários iguais”.

Para o dia 30 de março está marcada uma concentração, em frente do hospital, às 10h, para o início de dois dias de greve, que se prolongam até ao último dia de março.

“Houve alterações. A empresa aceitou a proposta que o sindicato fez para a realização de contratos por tempo indeterminado. Os recibos verdes e os contratos a termo têm de acabar. Alteraram ligeiramente a tabela salarial, mas há trabalhadores que estão aqui há 15 anos a quem deram 50 ou 100 euros de aumento. Quer isto dizer que estes trabalhadores recebem ilíquidos 750 a 800 euros. São trabalhadores que, na administração pública ganham, no mínimo, 1.205 euros por mês”, explicou Diana Moreira.

“Estes profissionais estão a ganhar pouco mais que o Salário Mínimo Nacional (SMN). Trabalham juntamente com outros colegas, com o mesmo curso, o mesmo grau de complexidade, a exercer as mesmas funções e a receber praticamente metade. Continuamos a chamar à mesa das negociações a Lifefocus, estamos a envolver a administração da ULSAM porque, efetivamente, é a parte interessada, porque é aquela que faz o garante da prestação de cuidados aos utentes de Viana do Castelo”, referiu.

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