Últimas viseiras foram entregues ontem

No dia de ontem, 07 de abril, os dois anónimos que lideraram o projeto de produção de viseiras, ao qual se juntou a associação AISCA, terminaram de entregar aqueles equipamentos nas instituições de Viana e de Matosinhos.

Um dos mentores da iniciativa lamenta que a Associação tenha assumido o protagonismo do projeto e fala de “imprecisões e algumas inverdades” na entrevista do presidente da AISCA publicada no nosso site há dias. “Eu só pretendo clareza. Eu nunca aceitaria trabalhar com a AISCA se soubesse que se iam colocar a cavalo desta iniciativa, porque claramente colocam, porque sabem da verdade e constroem uma narrativa em torno disto que não corresponde à verdade. Nós pretendemos o anonimato, mas pretendemos não ficar secundados e relegados para segundo plano”, diz Mário Costa [nome fictício, uma vez que pretende manter o anonimato].

“O texto remete para um lugar completamente secundário as pessoas a quem deveria ser dado o mérito, mesmo que elas tenham querido o anonimato. Não é por terem requerido o anonimato que as coloca num papel secundário”, revela Mário Costa.

Acrescentando que a iniciativa surgiu em 23 de março quando tinha conversado com um outro vianense, que também quer permanecer no anonimato. “Nesse mesmo dia, um membro da AISCA abeirou-se de mim no sentido de auscultar se eu estava a tentar fazer alguma coisa. Eu já estava. Já tinha pedido orçamentos a terceiros. E esse membro disse que estava disponível para ajudar do ponto de vista logístico. Eu não aceitei logo, porque tinha de falar com a outra pessoa”.

Antes da entrada da Associação, Mário Costa e o colega tinham intenção de produzir 100 viseiras. 50 eram distribuídas em Viana e a outra metade na zona de Matosinhos. “O que pretendíamos fazer, eu e o meu associado espontâneo, porque não temos nenhuma empresa em comum, era pagar o material para a confeção e no ato da entrega às diferentes instituições diríamos o valor da matéria-prima, porque não tínhamos qualquer interesse comercial nem promocional, e dizíamos quanto custavam e as pessoas que recebessem, se achassem que deviam entregar o dinheiro de cada máscara, entregavam e isso potenciava que fizéssemos um segundo lote. Se não entregassem, recebiam a viseira na mesma. Mas no lote seguinte já não poderíamos fazer 100. Era essa a intenção”.

Com a campanha de angariação de fundos, cujo IBAN é da AISCA e onde juntaram 772 euros, conseguiram fazer dois lotes. “Como vimos que a campanha tinha corrido bem, foi decidido fazermos um segundo lote. E abandonou-se a intenção inicial de fazer uma sugestão de apresentação do valor na entrega das viseiras, porque o valor já estava coberto com os donativos”, explica Mário Costa.

Viseiras entregues em Viana e na área da Maia e Matosinhos

As primeiras entregas de viseiras foram feitas até ao dia 31 de março. Mário Costa fala que nesse mesmo dia, e depois de terem discordado de algumas atitudes dos membros da AISCA, a Associação terá, segundo aquele, abandonado o projeto. Noé Aço, presidente da AISCA, contesta e diz que “ainda está por vir o dia em que a AISCA abandona um projeto a meio”.

Mário Costa revela que o acordo entre as partes era haver “consenso” nas decisões. Ou quando não fosse possível, “a maioria concordar”. No entanto, fala que, por exemplo o plano de entregas não foi cumprido. “No final do primeiro dia, verificamos que no relatório de entregas que tínhamos feito, havia um valor discrepante daquilo que estava programado. Questionei, por exemplo, o que significava o 5/7. E era que estava estipulado entregar cinco e deram sete. Ao que respondi que não concordo, porque isso ia inviabilizar cumprir o plano inicial”, revela.

Noé Aço frisa que entregaram mais viseiras no Lar de Darque, porque “não é preciso reforçar a necessidade que eles estão a ter, neste momento” e lembra que, no final “sobraram” viseiras. O presidente da AISCA agradece todo o trabalho dos anónimos, que ficaram com toda a parte técnica e estão “muito gratos por eles nos terem deixado entrar no projeto das viseiras, cujo lado técnico foi 100% controlado por eles”.

Cidália Meirim Rodrigues

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