5ª Revolução! Será a social?!…

Bernardo Barbosa
Bernardo Barbosa

O que está acontecer aos taxistas, para já, nas nossas maiores cidades, será inevitável face ao que já vem sucedendo com outras profissões. Comparável à mancha de azeite que, aos poucos, vai tomado conta do pano onde cai.

Apelidada de “4ª Revolução”, pouco nada tem de revolucionária relativamente à generalidade das precedentes.

Desta vez, vai no sentido contrário, ao atingir mais directamente, a “classe trabalhadora”, que beneficiou da insistente criação dos sempre defendidos e necessários “postos de trabalho”, contra o desemprego.

A “1ª revolução”, dos finais do séc. XVIII e princípios do XIX, veio alterar o ritmo da produção manual pela mecanizada; a “segunda” deu-se, por volta de meados do séc. XIX com a electricidade, permitindo a produção em série; a “terceira”, mais recentemente, com a chegada da electrónica, da tecnologia da informação e das telecomunicações, agilizou a rapidez das comunicações; e a “quarta” e actual, introduziu a automatização das fábricas (pela robótica), conduzindo a produção a uma independência quase total da intervenção humana.

Será que esta “4ª revolução” vem alterar ou mesmo acabar com o paradigma da relação patrão/ trabalhador? Ou seja, contra a proliferação da intervenção do homem no trabalho e a diminuição dos postos de trabalho, então, estamos em reversão. Teremos um novo paradigma nas relações com o trabalho com largo impacto social que virá certamente a infernizar a sociedade e, segundo alguns sociólogos, até mesmo, a “esquizofrenizar” os que não possam ter trabalho!

O exemplo, divulgado em nosso último editorial, de deixarmos de imprimir este semanário nas nossas oficinas, levou à extinção de três postos de trabalho!…

Que será das associações sindicais? Alguém acredita que as empresas robotizadas possam fazer descontos aos robôs para que aqueles que deixem de ter trabalho tenham direito à institucionalização de um salário? Que acontecerá com a Segurança Social? Os exemplos que nos vêm chegando dos EEUU, p. ex., de Sillicon Valley, onde abunda gente a dormir nos carros ou mesmo na rua; ou o que acontece com “a bolha imobiliária” criada pelo turismo nas nossas cidades universitárias, mostra onde pode o império da “economia de mercado” chegar? Aonde iremos parar? Será que virá, por aí, uma 5ª revolução, verdadeiramente social?

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