A central a carvão e o lítio das Argas

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Nos princípios dos anos 80, o Governo admitia “a hipótese de instalar na área de Viana a segunda central a carvão da EDP para fornecer energia à rede nacional”.

A central seria instalada na Amorosa e o carvão importado da Austrália e da África do Sul, através do porto de Viana. Além de ser tida como de interesse nacional, a central rentabilizaria o novo porto comercial e contribuiria, também, para o desenvolvimento da região, sobretudo pelos postos de trabalho que criaria.

Esta argumentação era a usada pelos defensores do projeto. Contra ela levantavam-se os ecologistas. Mas, a sua voz era abafada pela promessa de que os valores ambientais seriam convenientemente defendidos.

Como dirigente do Centro de Estudos Regionais (CER), elaborei, então, um estudo sumário das vantagens e desvantagens para a região da implantação da termoelétrica, concluindo que esta era inaceitável pela ótica dos valores ambientais e, também, o era pelo seu efeito dinamizador negativo na economia regional. O estudo foi apresentado às entidades oficiais e divulgado na imprensa. A comunidade local movimentou-se bem, vários milhares de vianenses protestaram nas ruas… e o projeto de central foi abandonado!

No último sábado, milhares de pessoas protestaram, em Viana, contra a exploração de lítio na serra de Arga.

Não aprofundei este assunto tanto como o da central a carvão. Parece-me, no entanto, estar a ver um “filme” semelhante ao que rodou naqueles anos do século passado.

Por isso, à pergunta:

– Exploração de lítio na serra de Arga?

Respondo também:

– Não, obrigado!

Carlos Branco Morais

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