Arte natalícia revela ternura e beleza

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No tempo natalício, o filme da vida aviva-nos os momentos de ternura e afetos misturados com gestos simbólicos de dádivas e reciprocidade, de estima e solidariedade…

E a festa acontece no mais íntimo do nosso coração, pois estamos com os nossos e irmanados com todos porque ”ET INCARNATUS EST” (in “Jesus de Nazaré”, J. Ratzinger, 2001, 16), Jesus encarnou e mostrou-se a todos, oferecendo a salvação do nosso BOM DEUS, presente na História.

É fundamental para a fé bíblica a referência a acontecimentos históricos e reais. Ela não narra lendas como símbolos de verdade que estão para além da história, mas fundamenta-se na história que aconteceu sobre a superfície desta terra.

Por que é Natal, há sinais de festa nas cidades, nas aldeias, nas povoações isoladas, nos sítios ermos, nos lares; as iluminações natalícias já estão acesas e as lâmpadas multicores brilham nos espaços públicos, nas habitações, nas árvores; os presépios ocupam um lugar de destaque nos templos, nas praças e nas residências familiares; os sons natalícios invadem os ambientes de tudo e todos; as partituras de compositores clássicos, contemporâneos e tradicionais são divulgadas pelas estações radiofónicas e televisivas; os concertos de Natal congregam orquestras e cantores; ouvem-se vozes de crianças e adultos anunciando a grande mensagem – glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados. Alegre-se o Céu e rejubile a Terra.

O presépio mereceu atenção de Fra Angélico, Ghirlandajo, Jerónimo Bosch, Van de Goês, Leonardo da Vinci, Durer e outros notáveis artistas.

Merecem referência os famosos presépios do nosso Machado de Castro, Alexandre Guisti e António Ferreira, bem como todos os barristas, inclusive os de Barcelos, abundantemente coloridos, onde não faltam os carros de bois e pastores, dando lugar ao imaginário dos artesãos.

Todas as igrejas do Alto Minho armam o presépio na igreja paroquial, contribuindo para o encanto das crianças e dos adultos. As imagens do Menino Jesus para sair no andor, transportado pelas crianças, aquando as procissões festivas, são uma constante em todas as paróquias.

Nas terras minhotas existem diversas manifestações artísticas referentes ao mistério do Verbo Encarnado.
Assim, são de referir o fresco representando os três Reis Magos (Século XIII/XIV) na igreja paroquial de Chaviães, Melgaço e a Sagrada Família em marfim, na aldeia de Luzio, concelho de Monção.

No concelho de Viana do Viana do Castelo, os presépios de Machado de Castro em S. Lourenço da Montaria, a Senhora do Ó ou Senhora da Expectação no Mosteiro de Carvoeiro, a Senhora do Parto na freguesia de Nogueira e a Senhora do Leite em Vila de Punhe são outros testemunhos.

Por certo, recordaremos de Gil Vicente:
“Belém, vila de Amor,/Rosa nasceu a Flor:/Virgem Sagrada./Em Belém, vila de Amor,/Nasceu a Rosa do Rosal:/a Rosa nasceu a Flor,/Para Nosso Salvador:/Virgem Sagrada./Nasceu a Rosa do Rosal,/Deus e Homem Natural;Virgem Sagrada”.
Boas Festas!
Feliz Ano 2019!

 

José Rodrigues Lima

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