Atacar – pior que uivar…!

Nunabre
Nunabre

 

O nosso grande Escritor – AQUILINO RIBEIRO (1885-1963), também ligado ao Alto Minho (onde herdou pela esposa – uma filha de BERNARDINO MACHADO – a Quinta e Casa Grande de Romarigães – P. de Coura) onde jornadeou, conviveu, e talvez tenha escrito algumas das suas obras, designadamente “A Casa Grande de Romarigães”. Lembro-me de o ter visto, pessoalmente, num sábado de feira – era um sábado – de chapéu na cabeça, rodeando a nova igreja matriz da vila, quase já concluída mas ainda não benzida nem aberta ao público, pois fora inaugurada solenemente pelo Arcebispo de Braga em 05-05-1963.

Das obras desse ilustre escritor li apenas “O Malhadinhas” (do qual gostei) e “A Casa Grande de Romarigães” (de que não gostei…). Aquilino escreveu muitas outras obras, ainda hoje apreciadas. Recordo-me hoje de uma delas – “Quando os lobos uivam” – romance (1958). Nunca li esta obra nem faço a mínima ideia da mensagem romancesca que ali se transmite. Não tenho autoridade nem competência para comentá-la. Atrevo-me, no entanto, a especular sobre o porquê de “lobos” que “uivam”. Sendo Aquilino natural de Sernancelhe (distrito de Viseu), era beirão, nascera, crescera, vivera em zonas onde o bicho lobo não era estranho. Conhecia-lhe os uivos  e quiçá os ataques, pelo menos a rebanhos…

Ao utilizar “Quando os lobos uivam”, Aquilino usou uma proposição linguística dita subordinada,a qual depende, gramatical e logicamente, de outra proposição – a subordinante ou principal, sem a qual ficará sem sentido a subordinada “quando os lobos uivam”; falta ali algo principal…

Em que pensaria Aquilino, ao dizer aquilo, meio encoberto!? Porquê uivos e lobos!? A mensagem era para alguém…! Ele embrenhara-se na Política, estivera preso, fora fugitivo… Em 1958, Humberto Delgado foi desterrado no Brasil…

Conclusão: não será um “alerta” aos governantes para que estejam atentos aos uivos  dos lobos-mal-tratados…? Os uivos podem ser sérios mas os ataques mais sérios poderão ser…!

Que tal, prezado Leitor!? Mais uma crónica aproveitável? Talvez…

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