Como vai o ensino em Portugal?

António Pimenta de Castro
António Pimenta de Castro

Com toda a sinceridade, nós portugueses, quer sejamos professores, alunos, pais ou avós, não contávamos com a grande pandemia do chamado coronavírus, essa é uma grande realidade, que nos apanhou completamente de surpresa. Mas, na verdade, para nosso mal, ele aí está, a covid-19, que veio mudar (e vai mudar ainda muito mais…) a vida das pessoas e, sobretudo das famílias.

Para além das “quarentenas” obrigatórias, de, muitas vezes e infelizmente o desemprego, de ver o comércio “tudo fechado” e até o simples medo de conviver com outras pessoas, alterou, radicalmente as nossas vidas, que jamais voltarão a ser as mesmas de antes. De repente, as escolas fecharam e, muitos pais tiveram que, em casa, sem terem, a maioria, a mínima experiência, dar apoio escolar aos seus filhos, assistirem com eles às aulas “virtuais” ou da chamada telescola, tirarem-lhes as dúvidas, eu sei lá, de matérias que, na maioria dos casos não dominam, e que, coitados, se vêm desesperados.

Para os professores, o trabalho triplicou no mínimo, a preparar as aulas/síntese para enviar aos alunos, a “dar aulas” pelo Zoom ou outras plataformas, a corrigir os trabalhos elaborados pelos discentes, enfim, passamos o dia diante do computador. (Quero aqui dar os parabéns aos meus colegas professores que, muitas vezes com pouca formação nestas áreas, se têm comportado de uma maneira, na maioria, excepcional, e têm ultrapassado as expectativas, é uma realidade que não pudemos esquecer). Estou, muito sinceramente a temer pelas chamadas “aulas presenciais” para os alunos (e respectivos professores que estão com eles na sala de aula), nos anos em que os discentes têm exame. Espero que corra tudo bem.

Quanto ao facto de as escola estarem fechadas, a resposta encontrada pelo Ministério da Educação foi a possível, dadas as circunstâncias, com as chamadas aulas dadas na televisão mas, por favor…não lhes chamem Telescola!

A telescola foi, naqueles tempos, muito bem pensada e tinha dois professores, convém não esquecer, preparados para isso, (um na televisão e outro na sala de aula com os alunos, portanto uma aula presencial), para lhes tirar ali as dúvidas. Não foi feita “em cima do joelho” como agora com esta “coisa…só quem não viveu naqueles tempos pode confundir…isto é, quando muito, um ensino à distância, sem o apoio direto de um professor. Como muito bem disse recentemente o Grande Professor e Intelectual, António Sampaio da Nóvoa: “Não há nada que substitua um bom professor!”. Não confundam as coisas…E que Deus nos ajude…   

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