Contra a corrupção

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Na televisão, nos jornais, em debates, nas redes sociais, por todo o lado um pouco, diversos casos de corrupção tornam-se públicos diariamente. No entanto, a discussão desta temática parece ainda bastante precária como revela Isabel Moreira ao escrever “Quem quiser debater com seriedade o tema da corrupção tem de estar preparado para a enorme probabilidade de não ser ouvido”.1 Como se pode, então, combater esta situação? 

A corrupção, ou seja, o ato de oferecer ou obter vantagem indevida resultando assim no prejuízo de outros, existe desde sempre. Estando também claramente presente na cultura portuguesa como a “Cunha” e o “Fator C” que podem parecer até inocentes, mas de facto, são corrupção e passíveis de crime. E, tal como toda corrupção, é, segundo a Fundação Francisco Manuel dos Santos, num estudo publicado por André Corrêa d’Almeida, a principal causa do atraso do desenvolvimento e da prevalência de desigualdade económica e social em Portugal. Atualmente, estima-se que a corrupção equivale entre 8% a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, aproximadamente 20 milhões de euros que, por sua vez, equivalem a 1,6 vezes mais do que o orçamento do Ministério da Saúde e 13 vezes mais do que o orçamento do Ministério da Justiça, em 2021. Esta é, então, uma discussão inevitável e extremamente necessária para a consciencialização geral. Assim, como é indispensável a participação de todos para que possamos entender os diversos pontos de vista e alcançar diversas formas de combate deste problema. 

A comunicação social, apelidada de Quarto Poder, é imprescindível na formação da opinião pública, devido ao seu papel na divulgação e discussão junto da população. Neste sentido, o jornalismo deve ser imparcial e atento no tratamento jornalístico dos fenómenos sociais, revelando informação fidedigna, de modo a instruir o público. Por exemplo, na atualidade, a imprensa local e nacional tem difundido vários casos suscetíveis de serem considerados como crimes por corrupção. Os cidadãos, em geral, valorizam a integridade daqueles que ocupam cargos políticos como valor fundamental que deve orientar a conduta destes, ficando, por conseguinte, menos tolerantes perante estas notícias.

Embora o Tribunal de Contas seja um órgão supremo na fiscalização da legalidade das despesas públicas e de julgamento à luz das leis em vigor, nem sempre nem de forma atempada consegue identificar e repreender os infratores. Por isso, também, no seu site apresenta um plano educativo na luta contra a corrupção com a finalidade de esta poder ser explorada, desde cedo, junto dos estudantes. Há ainda organismos não governamentais que se esforçam por sensibilizar os mais novos, como a associação All 4 Integrity, fundada por André Corrêa d’Almeida, como resultado do movimento #freemycountryfromcorruption#, lançado a 5 de outubro de 2020. Esta associação tem organizado um plano geral de ação que é apresentado às escolas no início do ano letivo. No âmbito desta ação, o Colégio do Minho, entre outras escolas, está a participar na segunda edição da RedEscolas AntiCorrupção, desenvolvendo várias atividades com o fim de sensibilizar os alunos do 12.º Ano para esta problemática, através de debates, pesquisa de jornais, exposição de notícias no átrio da instituição, entre outras. 

Concluindo, a sociedade e, em particular, os jovens devem participar no debate sobre a corrupção em Portugal, num esforço de contribuir, num futuro próximo, para uma sociedade mais esclarecida e idónea, pautada por valores como honestidade e fraternidade.

1 Revista Visão, do dia seis de maio de 2021

Inês Correia

Aluna do Colégio do Minho

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