É Urgente a Máscara

Ricardo Simões
Ricardo Simões

Queremos regressar. Após a fase mais aguda do pesadelo da pandemia que vivemos, precisamos, literalmente, de pão para a boca. Em todos os setores de atividade.

No entanto, o vírus não dá tréguas e já estamos a pagar o preço da época estival em que, invariavelmente, quase todas as pessoas facilitaram um pouco. Por mínimo que fosse. Passar o Verão e não ver a família seria um custo ainda mais elevado do que aquele que já vimos suportando desde março. E não há quem não precise de um abraço.

Sobretudo agora. Mas, à medida que nos aproximamos do início do ano letivo, a incerteza assalta-nos. Conforme se vão esgotando os períodos de teletrabalho e os apoios sociais, a perspetiva de voltarmos à vida presencial amedronta-nos. Apesar de a desejarmos. E de a sabermos necessária. Os setores cultural, desportivo, social, educativo, religioso, empresarial, comercial, financeiro, cada qual segundo as suas especificidades, clamam por retoma. Que fazer então? É necessário aprender a coabitar com o vírus, e tal como na obra prima de Camus (A Peste. Ed. Gallimard, 1947), redescobrir a solidariedade entre seres humanos. Como? Sendo agentes de saúde pública. Já é possível viajar de avião sentado ao lado de desconhecidos. Os aviões viajam com lotação máxima. Quais as exigências?

Apenas uma: uso obrigatório de máscara cirúrgica desde que se entra no aeroporto de partida, até que se chega ao exterior do aeroporto de chegada. Com lotações reduzidas, já é possível frequentar espaços comerciais: lojas, restaurantes, hotéis. É possível ir ao cinema. Assim como ao teatro, onde quem pisa o palco tem que fazer testes regularmente.

Tal como os jogadores de futebol. Queiramos ou não, vamos ter que continuar. E de complementar as lotações reduzidas com as transmissões via plataformas digitais, nas artes e no desporto. E com entregas ao domicílio e estratégias similares, na restauração e no comércio. Por isso, é urgente a máscara. Cada vez mais. Por nós e por todos. Porque, como nos versos do poema de Andrade, É urgente o amor, é urgente permanecer.

 

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