Evocação de um insígne Português!

Nunabre
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No passado domingo (9 de Dezembro – 17h30) comemorou-se o 164º aniversário de falecimento do nosso ilustríssimo JOÃO BAPTISTA DA SILVA LEITÃO DE ALMEIDA GARRETT (Porto – Fev. de 1799 — Lisboa – 9-XII-1854).
Emigrado para os Açores (Invasões Francesas), ali cresceu, foi seminarista, tendo regressado à Metrópole para estudar Direito na Universidade de Coimbra, onde se formou.
Na sua vida activa, foi orador brilhante, lutador por D. Pedro IV nas “lutas liberais”, emigrado-fugitivo em Inglaterra e França. Escritor exímio (Poesia, Prosa, Romance, Teatro), impulsionador da Arte-Dramática, promovido a “Visconde de Almeida Garrett” pelo rei Dom Pedro V, Político, etc..
Como homem, dizem que era vaidoso e presumido, admirador e amador de Mulheres, pai de uma filha, amigo especial de alguns privilegiados entre os quais se revela Francisco Gomes de Amorim (1827-1891, natural de Póvoa de Varzim. Duma coisa ninguém duvida: GARRETT foi, é e será sempre um sol-radiante no céu da Cultura e Literatura portuguesas… Com pleno mérito e apoio nacional, os seus restos-mortais repoisam no Panteão…!
Ora bem: este nosso genial GARRETT, de vida agitadíssima e profundamente sentimental, autor de textos sublimes, cativantes ainda hoje, quer em Poesia quer em Prosa, viria a falecer, aos cinquenta e cinco anos, de cancro — dizem — mas lúcido e pedindo à filha que lhe lesse em voz alta o lindíssimo poema “Asas brancas”, poema que eu admiro, sei de cor e várias vezes declamo a mim próprio…!
É natural que nem tudo da sua conduta mereça os nossos aplausos. Teve certamente alguns desvios… Mas — segundo o testemunho do seu já citado amigo e confidente “Gomes de Amorim” (autor das suas Memórias), GARRETT-pai, em carta escrita à filha (aluna de um Colégio), falou assim: “Aplica-te, Filha, mas sobretudo forma a tua alma e sê boa-cristã, que é a melhor glória que podes dar a teu pai. Ganha a eleição das tuas Superioras e Mestras, que são verdadeiras mães que DEUS te deixou (ela já era órfã). Ama e teme a DEUS. Não te esqueças nunca, milha filha, que os MAUS são sempre infelizes, ainda que o não pareçam…”.
Que Beleza de conselhos de um pai quase moribundo…! Mais: escuta, prezado Leitor, as últimas palavras do testamento derradeiro de GARRETT: “não me lembro de dever nada a ninguém, mas recomendo à minha filha que satisfaça pontualmente quaisquer dívidas que se mostre não estarem por mim saldadas…”.
Perante tudo quanto acabo de refe-rir nesta minha evocação do insígne Por-tuguês ALMEIDA GARRETT, termino assim: Paz Eterna para ele e grata e sentida memória de todos nós!

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