Caderninho de registos, onde os artistas confessavam, conceitos, formas, escolhas cromáticas, exercícios de profundidade ou outros assuntos formais, materiais de suporte àquela que seria a sua obra maior. Espécie de caderno didático, confinado a uma organização interior, que mais tarde, se exteriorizava no trabalho final. Vagueando no tempo, ele em si, apropria-se de uma importância individual, um objeto de arte em si mesmo.
Hoje, o artista, deambula entre materiais, técnicas e suportes e, em métricas experimentais e concetuais mais ou menos assumidas. Estas, traduzem-se pela existência de tipologias heterogéneas de livros, onde o trabalho é experienciado, podendo conter múltiplos discursos e poéticas.
No âmbito da temática, “Diversidade – Investigação. O Complexo Espaço de Comunicação pela Arte”, surge uma diversidade de narrativas, de novas presenças e identidades, que os livros são testemunho. São exemplo de espaços artísticos, de investigação, de comunicação pela arte, em suma, do reflexo da identidade dos criadores.
O livro afirma-se pela via do conceito contemporâneo, abrindo portas para o entendimento individual e para a complexidade das interpretações. Este desafio, permite percecionar a estética e conceito artístico de cada um dos criadores, onde temáticas, linguagens e técnicas conduzem e proporcionam uma admirável e verdadeira avalanche criativa.
(a propósito da exposição “Livro de Artista, Diversidade de Espaços” – XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira – polo de Viana do Castelo, patente na Galeria Noroeste – Fundação Caixa Agrícola).
Fernanda Boas – Curadora