O ensino e o mercado

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Num mundo de trabalho que nos impõe uma necessidade de versatilidade, como é que ainda pensamos que o ensino, sendo o pilar do ser humano e aquilo que o faz alargar horizontes, pode ser apresentado em “caixinhas” dificilmente interligadas?

Na verdade, após uma reflexão, podemos entender que tudo o que aprendemos está interligado, a história com a geografia, a engenharia com a química, etc..

Sendo isto real, torna-se complicado e até mesmo obsoleto que se mantenha uma repartição entre áreas de conhecimento, visando igualmente a evolução de métodos de ensino e, posteriormente/ num momento futuro, de escolha de carreira.

Perante um mercado de trabalho não nacional, mas sim europeu ou até mesmo mundial, a necessidade da grande flexibilidade no método de trabalho e na “área de conhecimento” dos jovens, iniciantes no mundo laboral, torna-se cada vez mais premente, já se notando não só uma indispensabilidade da diversidade de conhecimento em várias áreas como a capacidade de interligação entre elas.

Olhando para o caso português, apesar de ser extremamente bem visto nacional e internacionalmente, este problema já se vislumbra no ensino secundário, sendo a formação ministrada nas escolas extremamente repartida em cursos e não em disciplinas, limitando os horizontes e as oportunidades dos jovens da atualidade que, muitas vezes por isso, não possuem uma certeza daquilo que realmente apreciam, pois deparam-se com uma espécie de “pacote” de disciplinas não moldável.

Assim sendo, perante um mercado laboral internacional, vejo como algo de grande relevância a reformação de vários métodos quer de avaliação, quer do modo de apresentação do ensino, principalmente a nível do ciclo terminal da escolaridade obrigatória, em Portugal, visto que os exames nacionais, principal método de acesso a uma formação académica de nível superior, nem sempre são fidedignos da capacidade do aluno, para seu benefício ou não, não proporcionando a concretização, muitas vezes injustamente, dos objetivos que muitos jovens trabalharam, pelo menos, três anos para alcançar.

Ana Branco

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