Portugal tem-se afastado da média dos 27 países da União Europeia quanto a níveis de desenvolvimento económico: era o 17.º, em 2015, e desceu para 21.º, em 2021. Este afastamento dever-se-á, principalmente, a uma estratégia de desenvolvimento assente demasiado no Estado.
Com a guerra na Ucrânia e a inflação, e até a emergência de estagflação, a União Europeia está em transformação, mas não se prevê que dela saia reforçada a importância do Estado como motor do desenvolvimento económico e social.
Quando quase todo o mundo se prepara para a mudança, o Governo recém-empossado apresenta à Assembleia da República um programa quase igual ao programa eleitoral do Partido Socialista e prepara-se para submeter a aprovação da mesma Assembleia um Orçamento do Estado que se diz ser semelhante ao reprovado no ano passado.
O país apresenta-se mal preparado para enfrentar a crise atual, por falta de almofada financeira, decorrente de tão alto endividamento público, e no Programa não se clarifica como se atingirá a meta proposta de redução deste endividamento.
A inflação, que já vinha a subir nos últimos meses, atingiu, agora, os 5,3% e perspetiva-se que continue a subir. Não se compreende, por isso, que o Programa pareça ignorá-la, sobretudo, como penalizadora da poupança e indutora da subida das taxas de juro.
Não sendo estabelecidas metas concretas na Defesa, apenas se mantém a intenção de aumentar a despesa nesta área, em linha com as decisões assumidas pelos Estados-membros da NATO.
E a Justiça, de cujos males tanto se tem falado, nem sequer é uma das 12 prioridades do Programa do Governo!
A crise, como a doença, trata-se com diagnóstico correto e terapia adequada!