Sons efémeros… Conceitos do momento…

Sidónio Ferreira Crespo
Sidónio Ferreira Crespo

O mundo feminino nas suas múltiplas formas de estar, movimenta-se no ecrã do caleidoscópio da existência humana, através do universo da fantasia, da imaginação, do erotismo, da sensação, do impulso, aliado, ainda à raiva, ao ciúme e ao amor, tornando-se num panorama fascinante, atentas as inúmeras facetas que decorrem da sua envolvência com o planeta que habitamos. O vestuário da mulher é um hino ao prazer visual, que pode abranger características de entusiasmo e satisfação. Toda esta panóplia de cenários conjeturais tem atraído multidões, no transitar de séculos, iniciando-se pela nudez de Eva, tendo chegado aos nossos dias numa metamorfose de cores, dimensões e feitios. Quando a Eva descobriu o pecado, passou a cobrir as suas partes íntimas com as folhas das árvores que integravam o Paraíso. Os tempos foram passando, passando e essa peça de roupa tornou-se bem tradicional e em nome da moral e dos bons costumes. As mulheres preocupavam-se em esconder tudo, pernas, cotovelos, tornozelos, pescoço, enfim, haja pano! As saias eram pesadíssimas e com várias camadas de tecidos, garantindo um ambiente quentinho e protegido.

A moda feminina evoluiu ao caminhar numa constante adaptação aos meios do viver, atingindo dimensões fantásticas, que agitam a sua apresentação, tanto em boutiques da especialidade, como nas lojas de pronto a vestir. Na época de veraneio, que se aproxima, por essas praias, piscinas ou parques de campismo, com o aproveitamento do astro-rei, nesses recantos repousantes da mente e do espírito, usam-se roupagens de requinte, que se tornam agradáveis à vista, podendo aliviar tensões e, em simultâneo, alimentam a imaginação.

O horizonte típico que abarca a forma de vestir da mulher, no decurso dos tempos, tornando-se sensual, algumas mostraram os seus dotes físicos e artísticos, através do cinema, arrastando multidões de fãs. Guardo no arquivo da memória a passagem de inúmeros filmes na altura que a televisão não se tinha, ainda, sobreposto aos recintos tradicionais da cinematografia. Recordo Brigitte Bardot no filme “E Deus Criou a Mulher”, fazendo o papel de uma personagem obcecada pelos prazeres da vida, com início da rodagem em 1956. Lembro Marilyn Monroe ao mostrar as pernas e as calcinhas quando atravessava uma grelha de ar, que lhe levantou o vestido, na passagem do filme “O Pecado Mora ao Lado”, em 1955. Foi notícia ilustrada, que percorreu continentes, na linguagem escrita dos maiores jornais e revistas da especialidade. Recordo, também, Elisabeth Taylor, na qualidade de mulheres que apreciam a satisfação das alegrias materiais da vida, nos filmes “Gata em Telhado de Zinco Quente”, em 1958, e o “Numero do Amor” em 1960. E para terminar a referência aos mais variados filmes de temporadas findas, que envolviam a temática da sensualidade, mostrando um andar liberto de preconceitos, situo-me no ano de 1981, no filme “A Casa do Lago”, tendo como atriz principal Katharine Hepburn.

Nota- Esta crónica, por vontade do autor, não segue a regra do novo acordo ortográfico.

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