Votar é participar nos destinos do país

Gonçalo Fagundes Meira
Gonçalo Fagundes Meira

Domingo haverá eleições. Será neste ato eleitoral que os portugueses dirão de sua razão em relação ao futuro próximo que pretendem: uma política de continuidade ou uma inversão do rumo que vem sendo seguido; se há desencanto, porque é legítima a aspiração de uma governação mais afirmativa e aproximada dos níveis médios da Europa ou se, dadas as condicionantes com que o país e o mundo se defrontam, não há pretensão de aspirar a melhor.

Quanto a nós, é lógico que um povo jamais deve ser acomodado, antes determinado e combativo no objetivo de construir uma sociedade produtiva e de grandeza em valores humanos, sociais, culturais e outros. Porém, a questão que se coloca hoje é a que sempre se colocou em eleições anteriores: escolher os melhores para nos governar.

Tivemos debates suficientes e variados, tocando aspetos interessantes que têm a ver com a nossa qualidade de vida. Talvez nunca se tivesse ido tão longe nesta prática de debater o país com todos os que pretendem ser poder ou influenciá-lo. E isso foi satisfatório para nos ajudar nas escolhas a fazer, mas há questões que ficaram de fora. E, nestas, entra o nosso envelhecimento demográfico, consequência de uma natalidade insuficiente, que nem o incentivo à imigração vai resolver. A curto prazo, seremos um Portugal mais envelhecido, pouco produtivo e com avultados custos financeiros. No entanto, continuamos a não querer enfrentar este dilema, que já tem décadas de agravamento, expectantes em que a divina providência nos ajudará a ultrapassá-lo. Não é um problema só nosso, também o é de praticamente toda a Europa em que nos inserimos. Contudo, mesmo neste continente, estamos pessimamente posicionados. E o pior é que, tal como a questão ambiental, constitui um assunto de tal ordem sério, que, por falta de soluções de curto prazo, nos coloca em situação de com ele não sabermos lidar.

Adiemos, porque o momento é mesmo o de escolher quem nos governe e nos dê a esperança de que um dia haveremos de saber abraçar o progresso, construindo uma nação onde haja condições de vida mínimas para sentir que vale a pena viver e ter a esperança de que o futuro será melhor, particularmente para quem nos suceder. Pelo menos, ativos, acalentemos essa esperança, que também passa pela participação no ato eleitoral a realizar no fim de semana. A nossa presença, viva e marcante, nas assembleias de voto será o melhor registo de que não viramos as costas ao Portugal que nos pertence.

   

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