Eventos cancelados até fevereiro de 2021

O presidente da Câmara de Caminha anunciou, na segunda-feira, ter cancelado, até fevereiro de 2021, “todos os eventos culturais, desportivos e lúdicos que não permitam controlo efetivo sobre lotação, circuitos e distanciamento social”. Em declarações à agência Lusa no final de uma reunião da comissão municipal de proteção civil de Caminha, Miguel Alves disse que aquela é uma das medidas “adicionais” às anunciadas no sábado pelo Governo, e que o município vai também aplicar.

“Reforçamos as medidas de contenção da pandemia de covid-19 porque queremos baixar o ritmo atual de infeções. Em outubro tivemos o triplo das infeções que tínhamos tido até aí e agora temos de fazer tudo para abrandar”, afirmou o autarca socialista.

“No final de setembro, Caminha registava 43 casos positivos, sendo 13 ativos. No final de outubro, o concelho registou 199 casos positivos, sendo 82 ativos. Só no mês de outubro registaram-se 156 casos, ou seja, tivemos no último mês o triplo dos casos que tínhamos acumulado até final de setembro. Os casos ativos são seis vezes mais. E passamos de um para quatro óbitos, apesar do surto no lar de Seixas”, especificou.

Miguel Alves alertou que, “em duas semanas de outubro, incluindo a última, Caminha teve mais de 240 casos por 100 mil habitantes”, sendo que “na última semana foi atingido o índice 296, o segundo maior do distrito de Viana do Castelo”.

“Temos ainda 28 dias seguidos com um índice superior a 60 casos por 100 mil habitantes (o número maior no distrito) e 14 dias seguidos sempre com crescimento de casos”, destacou.

INFEÇÕES EM CONTEXTO FAMILIAR
Segundo Miguel Alves, “a esmagadora maioria das atuais infeções estão a ser contraídas em ambiente familiar ou pós-laboral, num registo de descontração”.

“O meu apelo é simples: cumpram as regras de higienização e distanciamento social, cumpram as medidas do Governo. E mais, nos próximos tempos esqueçam as jantaradas com a família toda, adiem as cerimónias que tinham pensado fazer com a presença dos amigos, evitem o convívio com os colegas de trabalho ao final do dia, deixem para o ano o jantar de Natal da empresa”, frisou.

LISTA NACIONAL
Caminha integra a lista nacional de 121 abrangidos. Desde quarta-feira há o dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo “oposição fundamentada” pelo trabalhador ou empresa.

“A escola tem de continuar aberta, o comércio também, o serviço público deve manter-se, mas temos todos que perceber que, se nada fizermos, daqui a umas semanas temos que fechar e isso terá um impacto dramático na comunidade”, reforçou.

Entre os eventos cancelados encontram-se “a corrida de São Silvestre, a festa de Passagem do Ano e o desfile noturno de Carnaval, em fevereiro de 2021”.

Ficam também sem efeito várias atividades de animação natalícia, como o passeio de bicicleta do Pai Natal, feiras, concertos de Natal fora dos espaços do teatro Valadares ou cineteatro dos Bombeiros Vila Praia de Âncora, concerto de Ano Novo e o Baile de Assalto.
No concelho não serão ainda realizados “almoços e jantares de Natal, como o almoço das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS) ou tradicional jantar da Câmara de Caminha”.

Em vigor continua “a proibição de uso de parques infantis, de equipamentos desportivos por atletas não federados, fontes, fontanários, entre outros”.

A comissão municipal de proteção civil de Caminha decidiu ainda “revitalizar a Rede Complementar de Apoio com mais publicidade, mais recursos, mais entregas ao domicílio e reabilitar a linha de apoio psicossocial ao munícipe”.

REDE COMPLEMENTAR
A Rede Complementar de Apoio à população do concelho de Caminha, que foi criada no início de março, no contexto do surgimento da pandemia de covid-19, para entregar bens essenciais às pessoas que se mantinham resguardadas em casa, tem vindo a trabalhar de forma contínua, tendo efetuado já 377 entregas ao domicílio.

Esta iniciativa da Câmara Municipal de Caminha tem como objetivo satisfazer pedidos de munícipes que, por serem pessoas com riscos de saúde acrescidos ou por manterem o recato que a situação exige, não podem ou não querem deslocar-se ao exterior para adquirir bens considerados fundamentais na gestão quotidiana. Para o presidente da Câmara Municipal, Miguel Alves, “esta estrutura foi montada em tempo recorde, nos primeiros alvores da pandemia e beneficiou muito do profissionalismo dos trabalhadores da autarquia. Conseguimos corresponder às dificuldades que o confinamento obrigatório criou nas nossas populações, mas a verdade é que nunca deixamos de trabalhar: desde os primeiros dias de maio, logo a seguir aos 45 dias de Estado de Emergência que levou muitos portugueses para casa, a Rede Complementar de Apoio fez 137 entregas ao domicílio em todas as freguesias do concelho de Caminha. E vai continuar a fazê-lo!”.

De acordo com os registos efetuados pelo Município, os bens mais pedidos pela população são, de forma inequívoca, os géneros alimentares e os medicamentos. Mas há outros serviços prestados, desde entregas de botijas de gás ou fraldas para bebé até aos mais curiosos como carregamentos de telemóveis a pessoas mais idosas e cintas pós-operatório.

“Servimos as pessoas, casa a casa, e esse é o nosso maior prémio. Mas sentimos que a situação se agrava, que o número de infeções aumenta e que as pessoas tendem a ficar mais em casa. Vamos ter que nos preparar para incrementar o nosso serviço, até porque não sabemos exatamente o que aí vem. Temos que estar preparados e preferimos trabalhar em prevenção do que correr atrás do prejuízo”, revela o autarca caminhense.

A Rede Complementar de Apoio dirige-se a toda a população do concelho de Caminha, tenha ou não dificuldades económicas. O fito é evitar que pessoas com maiores fragilidades do ponto de vista da saúde tenham que sair de casa, comprometendo-se a Câmara Municipal a cumprir com a lista de compras atribuída. No caso da pessoa apresentar, de forma comprovada, dificuldades económicas, o Município assume a despesa em parte ou no seu todo. A Rede Complementar de Apoio continuará no terreno até a situação pandémica estabilizar.

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