As mudanças climáticas e a nossa saúde

Dados preliminares da Organização Mundial do Clima mostram que em 2016 a temperatura global do planeta é cerca de 1,2 graus centigrados superior á da era pré-industrial, com a consequente destruição dos gelos polares, recuo dos glaciares e subida do nível médios das águas do mar, pondo milhões de pessoas, que vivem nas zonas costeiras, em risco de cheias e inundações, com previsível falta de água potável. A Conferência Mundial sobre o clima que terminou com a conhecida Declaração de Marraquexe, em 2016, estima que 12,6 milhões de mortes em cada ano são atribuíveis às mudanças climáticas. Analisando apenas a Europa, verificamos que no Sul e Centro do continente tem acontecido com mais frequência, ondas de calor, fogos florestais e períodos de seca, com particular ênfase na zona mediterrânica, enquanto no Norte do continente o mesmo acontece com as inundações. Estas alterações têm impacto na nossa saúde, em particular no nosso aparelho respiratório. Assim, os períodos de temperaturas elevadas e de ondas de calor conduzem a aumento dos internamentos hospitalares e da mortalidade por doenças respiratórias, em particular em doentes que sofrem de Asma Brônquica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Outras alterações do clima, como as que conduzem ao prolongamento e agravamento das estações polínicas, com agravamento das doenças alérgicas respiratórias e as que resultam das partículas libertadas pelos fogos florestais e pelas tempestades de areia, que tem repercussões respiratórias, cardiovasculares, neurodegenerativas e se associam ao nascimento de bebés prematuros e aparecimento de doenças oncológicas, são complexas e ainda estão mal estudadas.

A atuação face às mudanças climática tem duas vertentes: diminuir as fontes de poluição e ter politicas de adaptação aos seus efeitos, que passam pela utilização de energias chamadas limpas, redução do uso de combustíveis fosseis, investimento em redes de transportes públicos eficientes e não poluentes , desincentivo ao uso do transporte individual não elétrico em meio urbano, bem como a adoção das normas da OMS sobre a qualidade do ar, em particular nas cidades, e agravamento das sanções para os cidadãos e ,em particular, para as empresas , que violam as normas legais em vigor nesta área.

Pimenta de Castro

FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO

DELEGAÇÃO DE VIANA DO CASTELO

(Foto: Direitos Reservados)

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