Células do tecido do cordão umbilical diminuem lesão neurológica em paralisia cerebral

Foi publicado um estudo que teve por objetivo avaliar o efeito terapêutico das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical na lesão neurológica associada à paralisia cerebral, em modelo animal. Estas células são capazes de produzir moléculas que estão envolvidas em processos importantes, promovendo a sobrevivência das células, a diminuição da inflamação, a modulação da resposta imune e a proliferação, diferenciação e migração de células estaminais para tecidos lesionados.

Para avaliar este efeito, os investigadores isolaram células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical (UC-MSC) e administraram-nas a animais com paralisia cerebral. Após a administração, compararam-se dois grupos de animais: o grupo que recebeu placebo e o grupo que recebeu UC-MSC, tendo-se verificando uma melhoria significativa da lesão neurológica nos animais que receberam UC-MSC, comparativamente aos que receberam placebo.

Os autores sugerem que a ação protetora das UC-MSC poderá estar associada ao efeito anti-inflamatório observado após a sua administração e referem ainda que, para além do seu efeito anti-inflamatório, as UC-MSC poderão também estar associadas a outros mecanismos que promovem a sobrevivência dos neurónios, como o efeito antioxidante e a formação de novos vasos sanguíneos.

“Efetivamente, o tecido do cordão umbilical contém uma grande quantidade de células estaminais mesenquimais, que têm vindo a ser estudadas em algumas doenças neurológicas, como encefalopatia hipóxico-isquémica, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer e doença de Parkinson” refere Bruna Moreira, Investigadora no Departamento de I&D da Crioestaminal.

E acrescenta: “Além do sangue do cordão umbilical, que tem demonstrado resultados promissores em ensaios clínicos, com dezenas de crianças com paralisia cerebral já infundidas, este estudo demonstra, também, que o tecido do cordão umbilical poderá vir a ser útil no tratamento desta patologia. Assim, os resultados deste e de outros estudos sugerem que a continuação da investigação nesta área poderá trazer novas soluções para o tratamento desta doença, que atualmente não dispõe de nenhum tratamento eficaz.”

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