Olhos abertos para a trombose

A Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase sensibiliza os profissionais de saúde e população para uma crescente problemática – o tromboembolismo venoso, que se  caracteriza pela formação de coágulos nas veias, mais frequentemente nas veias das pernas (trombose venosa profunda), que podem libertar-se e migrar para o pulmão (tromboembolismo pulmonar). O tromboembolismo venoso é umas das principais causas de morte e incapacidade a nível mundial, responsável pela morte de 1 em cada 4 pessoas. Esta doença ocorre em pessoas de todas as idades.

 

Mais recentemente, a pandemia causada pelo vírus SARS-COV2, colocou este diagnóstico no centro das atenções, devido ao risco trombótico associado à infeção causada por este vírus, reforçando a necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde e população para o tromboembolismo venoso, nomeadamente em relação aos fatores de risco, identificação e prevenção.

 

Embora existam várias causas para o tromboembolismo venoso, a principal – o tromboembolismo venoso associado à hospitalização – é potencialmente prevenível. Estratégias para a identificação dos doentes em risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso durante e após o internamento ou intervenção cirúrgica, pretendem, através de dados clínicos, identificar o risco trombótico e hemorrágico do doente. Quando indicado, são tomadas medidas preventivas com o recurso a medicamentos (anticoagulantes) ou medidas mecânicas (como meias de contenção elásticas) para a sua prevenção. Adicionalmente, em Portugal, os hospitais dispõem de Comissões de Prevenção do Tromboembolismo Venoso, com o intuito de promover e supervisionar a implementação das medidas de prevenção mencionadas. Para além da hospitalização, existem outros fatores de risco de desenvolvimento da doença, como sejam: neoplasia, traumatismo, imobilização prolongada, obesidade, terapêutica hormonal, gravidez, entre outros.

Os sinais e sintomas mais frequentes do tromboembolismo venoso são: perna inchada, vermelha, com dor e calor (na eventualidade de trombose venosa profunda), e falta de ar, dor no peito, tosse e palpitações (nos casos de tromboembolismo pulmonar). O diagnóstico deverá ser atempado a fim de proporcionar o tratamento adequado, que na maioria das vezes consiste em fármacos anticoagulantes, que inibem a formação de coágulos no sangue.  A duração do tratamento é variável de pessoa para pessoa, e deverá ser estabelecida pelo médico, devendo haver revisão frequente do risco/beneficio da terapêutica e estratégia estabelecida em conjunto com o doente.

 

Se não for atempadamente identificado, o tromboembolismo venoso pode ser fatal. Se não for adequadamente tratado, as complicações, como a síndrome pós-trombótica (após trombose venosa profunda) e hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (após tromboembolismo pulmonar) podem ser incapacitantes.

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