Pneumonias são a principal causa de morte por doença respiratória em Portugal

De acordo um com estudo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), doentes idosos e com múltiplas comorbilidades são os que apresentam maior risco de mortalidade por pneumonia (tema debatido num dos Congressos de Pneumologia).
Contrariando a tendência de que são as doenças crónicas que comportam maior risco de mortalidade, as pneumonias – doenças agudas – são, dentro do grupo das patologias respiratórias, excluindo cancro do pulmão, as que mais matam no nosso país. Ao longo dos últimos anos, Portugal tem vindo a apresentar uma melhoria dos indicadores da saúde respiratória, revelando, de acordo com o relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Direção Geral da Saúde (DGS), uma das mais reduzidas taxas de mortalidade e internamento por DPOC e asma dentro do grupo dos países da OCDE. No entanto, o mesmo não se verifica em relação às pneumonias, situação que despertou a preocupação do Ministério da Saúde e da DGS.
Dentro das comorbilidades que mais elevam o risco de letalidade associada às pneumonias, surge a insuficiência renal crónica, a doença oncológica, as demências, a doença vascular cerebral, a caquexia e as limitações graves da mobilidade. A DPOC e a diabetes aumentam o risco de adquirir pneumonia, mas não se associam a risco acrescido de letalidade.
Partindo das bases de dados do Estado, foram avaliados episódios de internamento com os diagnósticos primários de pneumonia ou sepsis quando em associação com o diagnóstico de pneumonia, nos quais estariam incluídos casos de pneumonias muito graves.
Foram identificados 43.267 episódios de internamento por pneumonia correspondendo a 38.741 doentes, dos quais, 35.009 sofreram um único episódio e 3.732 tiveram tido múltiplos episódios (entre dois a cinco diagnósticos de pneumonia). Verificou-se que a idade mediana dos internamentos por pneumonia foi de 80 anos.
A mortalidade por pneumonia ocorreu sobretudo em doentes mais idosos, nas faixas etárias acima dos 75 anos, e com múltiplas comorbilidades graves (89% dos episódios). A letalidade por pneumonias em jovens é muito reduzida e a letalidade por pneumonia em idade pediátrica é residual.

(Imagem: “mcz10.com”)

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