Aristides Sousa Mendes dá nome a praça

Uma das praças da Praia Norte ficou, desde quinta-feira, com o nome de Aristides de Sousa Mendes. No Dia Internacional dos Direitos Humanos, a autarquia local decidiu homenagear “um homem justo”, que desobedeceu a uma ordem de Salazar e concedeu vistos “a refugiados, opositores ao regime Nazi e a muitos judeus”.

“Estamos aqui para homenagear uma figura grande da Humanidade. O justo dos justos”, referia o autarca vianense. José Maria Costa explicava que se apaixonou pela figura de Sousa Mendes quando foi desafiado pelo produtor e realizador do filme “O Cônsul de Bordéus”. O autarca socialista sublinhava o sentido “de humanidade” do ex-cônsul de Bordéus. “Nós todos temos o dever de gratidão”, referia. Adiantando que atualmente este sentido de humanidade é mais necessário. “Temos hoje vozes no mundo e em Portugal de não respeito da diferença, que têm de ser contrariadas”.

José Maria Costa anunciava que no próximo ano, as escolas vianenses vão abordar com mais atenção a figura de Aristides Sousa Mendes.

Em representação da numerosa família, uma vez que Sousa Mendes teve 14 filhos, o neto Gerad Sousa Mendes falava com orgulho do avô. “O meu avô foi um defensor dos direitos humanos. Ele ouvia a sua consciência e agia segundo ela”, referia. Adiantando que toda a família foi perseguida durante o regime ditatorial e obrigada a emigrar para a Bélgica, Canadá e Estados Unidos, onde ainda atualmente residem.

O representante do Comité de Aristides de Sousa Mendes falava de “uma homenagem justa”. João Lourenço falava da intenção de promoverem uma exposição itinerante, que passe por alguns locais, incluindo Viana do Castelo, para que “o gesto de desobediência” não seja esquecido.

Aristides S. Mendes foi o diplomata que, no início da Segunda Guerra Mundial, e quando desempenhava as funções de cônsul em Bordéus, concedeu cerca de 30 mil vistos para salvar a vida de refugiados do nazismo, a maioria judeus, contra as ordens expressas do então regime do Estado Novo. Morreu na pobreza a 03 de abril de 1954, no Hospital dos Franciscanos, em Lisboa.

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