Café Guerreiro fecha ao fim de 77 anos

O Café Guerreiro instalado na Avenida dos Combatentes, em pleno centro da cidade, fechou as portas no dia 20 de fevereiro. Para a despedida foram centenas de pessoas que quiseram beber a sangria e comer os petiscos típicos do espaço.

Samuel Matos estava com as lágrimas nos olhos a servir os clientes habituais e os muitos amigos que fez ao longo dos últimos 50 anos. “No dia 04 de agosto de 1984 tomei conta do estabelecimento até hoje. Vou embora porque fui posto na rua. Fui posto pior do que um cachorro. Se puser um cachorro na rua e houver uma queixa vão presos, eu não sei se alguém irá preso, mas estão a pôr-me na rua”, dizia. Adiantando que ao longo do tempo foi fazendo obras no espaço. No total, fez um investimento de 75 mil euros.

O edifício foi comprado e vai ser transformado em nove apartamentos, lojas comerciais e serviços e ainda um espaço de restauração e bebidas. O arrendatário não poupou críticas ao processo. “A lei das rendas é assim, compram o prédio e com dois anos de rendas põe-me na rua. Mas eu também fiz obras aqui no espaço e apenas me dão 50 por cento do valor pago. Eu tinha um passe da casa para toda a vida e esse foi reduzido a zero. O dinheiro que dei pelo passe dava para comprar um apartamento”.

Apontando o processo como um “roubo”, Samuel Matos lamenta que “nunca me propuseram ficar aqui, nem sei o que vai nascer aqui. Fiz um acordo com os compradores e tenho uma única palavra”, diz. Informando ainda que o espaço entrou no processo de classificação de Loja Memória, mas “alguém pôs a mão em cima e parou o processo. Se fosse classificado, isto não poderia ter acontecido desta forma”.

Agora começa com outro espaço em meados deste mês, também em plena Avenida dos Combatentes, desta vez no nº 175, e com a venda de jogos Santa Casa e tabaco.

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