Carta ao Diretor

RECORDANDO ZECA

Não foi por acaso que, a editora Tradisom, escolheu a pequena freguesia de Carreço para realizar a apresentação no sábado, 06 de abril, de José Afonso ao vivo, um álbum livro com dois cd’s e um vinil de gravações inéditas feitas em 1968 e 1980. É que foi precisamente na Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço (SIRC), onde a apresentação aconteceu, que cantou José Afonso em 23 de fevereiro de 1980 um dos dois concertos agora recuperados; o outro foi no Teatro Avenida, em Coimbra em 04 de abril de 1980.

O responsável desse concerto de 80, Manuel Mina, também o foi agora no dia 06 de abril. Na altura com 32 anos, Mina tinha um desejo forte de trazer José Afonso a Carreço e com a ajuda de Manuel Moreira trataram de andar de casa em casa na freguesia, a apontar os nomes daqueles interessados em ouvir ao vivo José Zeca Afonso que, desde logo, avançavam o dinheiro da entrada (…)

Estiveram presentes Zélia, companheira de José Zeca Afonso, acompanhada de seus filhos Pedro e Joana, que descerraram, durante a tarde, uma placa no átrio da SIRC. Placa em homenagem ao concerto 23/02/1980 em 2019/04/06.

Este evento lembrou o tempo, o lugar e a forma como o concerto de 1980 foi organizado, em que o próprio Zeca ficou impressionado. Sem nenhuma máquina por trás mobilizaram vontades e finalizaram um projeto. O poder popular para ele era isso. (…)Nesse concerto, atuou acompanhado por Júlio Pereira, Guilherme Inês e Henrique Talbot.

De referir que os cd´s incluídos neste livro são do concerto de 1980, em Carreço, e foram gravados por Paulo Dantas num gravador Aiwa . (…). No livro inclui também um vinil com o registo de outro concerto em 1968 (…).

Durante a apresentação do livro, o jornalista e pesquisador Adelino Gomes, autor do texto do excelente livro, contextualiza com todos os tipos de detalhes -literários e gráficos- a história de José Afonso ao vivo.

Interveio ainda o professor José Manuel Mendes e Ricardo Romano. José Manuel Mendes com uma eloquente e longa intervenção. Romano, sucinto, mas de destacar em seu discurso: ‘Quando Zeca morreu eu tinha 10 anos. Aqueles eram os dias do ‘Filhos da Madrugada’ […] ; hoje serão já os netos da madrugada!

Entre o público que lotou o salão acolhedor de SIRC, encontravam-se muitos companheiros de luta do Zeca e entre eles os ex-militares Manuel Augusto Correa Silva (Barcelos) e José Alves Costa, (em Povoa de Varzim)[…].

A parte musical da noite foi dada pelo espanhol cantautor Luís Pastor e o português João Afonso, sobrinho de Zeca. (…)

Os parabéns também à equipa da organização (…)
JBA

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