Era um servidor de causas. Foi autarca, como presidente da Junta de Freguesia de Monserrate (12 de dezembro de 1982 a 14 de dezembro de 1997) e também membro da Assembleia Municipal nesse período; foi membro da Comissão de Trabalhadores dos ENVC (1975/1978), (1980), (1982); foi permanentemente ativista, chamado a servir em todas as frentes de intervenção; mas, superiormente, foi um cidadão de grande elegância na forma de estar e prestar serviço.
Era um Homem de grande insubmissão e sempre dado a desafios. Assumiu-se por inteiro em entrevista que deu ao Boletim do Grupo Desportivo e Cultural dos ENVC, em Outubro de 1973. Contou então que, ainda na escola primária, já dava à forja numa pequena oficina da cidade e que dos 13 aos 14 anos tinha trabalhado no Hotel de Santa Luzia. Logo de seguida, disse, entrou nos ENVC e aqui se fez soldador para sempre. Esteve no Porto por duas vezes à procura de melhores salários, já que se considerava um soldador suficientemente qualificado, mas pouco antes da revolução de Abril regressou à sua empresa de sempre para chefiar um grupo de 32 soldadores, só daqui saindo para a reforma.
Já depois de reformado dos ENVC, passou a ser responsável pelos armazéns da Vianafestas, na Praia Norte, muito se lhe devendo na confeção dos belos carros que foram figurando nas festas da cidade e de outras festas do concelho.
Depois de deixar de trabalhar definitivamente, quando estavam reunidas todas as condições para gerir uma reforma digna, foi atormentado pela doença, da qual nunca mais recuperou. Partiu agora aos 78 anos, deixando boa parte da cidade consternada, já que tantos amigos tinha feito, tendo granjeado ainda o respeito e a simpatia das gentes que o conheciam e com ele privaram.
O Município, que já lhe tinha atribuído o título de Cidadão de Mérito, em reunião do passado dia 13, por unanimidade, aprovou a atribuição do seu nome ao edifício onde deu o melhor de si no trabalho de abrilhantar a nossa afamada romaria.
Foi justa mais esta homenagem a um cidadão que Viana recordará sempre com simpatia e respeito. O A Aurora do Lima, que tinha com Edmar Oliveira uma relação de forte cordialidade, apresenta sentidas condolências à família.