Ephemera comemora os 90 anos do Café Girassol

Sempre ativo a realizar ações que prendem a atenção dos vianenses (com reconhecimento de Pacheco Pereira, que o honra marcando presença regular nas inaugurações), o núcleo vianense Ephemera está a levar a cabo mais uma marcante iniciativa. Desta vez são os 90 anos de existência do Café Girassol, que, segundo o informe distribuído pela organização, teve abertura pública em 16 de agosto de 1930.

O Café Girassol é hoje um dos mais emblemáticos cafés da nossa cidade, não só porque completa 90 anos de vida, mas pela sua beleza de estilo e pela história que comporta, fundamentalmente pela frequência de gente regularmente culta, que fez deste espaço lugar de tertúlia e de debate animado. Mas o Girassol foi também ponto de encontro daqueles que gostavam e gostam da música e da poesia, porque essas áreas, embora espaçadas no tempo, também aqui foram sendo acarinhadas.

Dar a conhecer o passado, de alguma forma marcante, desse emblemático café foi o propósito do Ephemera vianense, que sente a preocupação de não deixar morrer vivências que marcaram gerações. Pode dizer-se que se devia aguardar o centenário para, então sim, comemorar a data com maior evidência, mas ressuscitar lembranças, que tão gratas e relevantes são, também o podem ser no nonagésimo ano de vida.

E assim se fez programa adequado: uma elucidativa exposição no rés do chão dos Antigos Paços do Concelho e duas palestras. Destas, a primeira, “Memórias do Girassol e de outros cafés de Viana”, já teve realização no passado dia 4. Teve como palestrante Francisco Carneiro (na foto), vianense que ama e sabe da sua cidade singularmente, não admirando que tivesse produzido uma comunicação arrebatadora, abundante em informação, que mereceu prolongados aplausos da plateia. A segunda, “1930 – Girassol – 2020. Imagens de um café com história”, vai acontecer amanhã, dia 11 e terá como orador Manuel Ribas Gulias.

Sobre a exposição, aberta a 29 de agosto e com encerramento estabelecido para 20 de setembro, de contributos diversos, teve montagem de Carlos Vieira e conta com um suporte informativo da responsabilidade de José Escaleira. Trata-se de uma mostra que, pela sua qualidade e informação, todos os vianenses deveriam visitar. Entramos, deliciámo-nos, emocionámo-nos e saímos mais ricos. Este jornal, expressivamente representado, orgulha-se, no contexto da imprensa local, do seu passado de vanguarda, aqui bem patenteado.

O Girassol é, neste evento comemorativo, suficientemente evidenciado como equipamento a defender e a valorizar pelas gentes de Viana. Vale a pena terminar como concluiu Francisco Carneiro a sua oração: O café é meu devir…/Faz refletir, porque faz pensar/Numa varanda aberta/Debruçada sobre o mar.
GFM

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