GIL EANNES – Regresso a casa

Sobressaltada com a notícia de que o nosso amado Gil Eannes iria ser desmantelado e transformado em sucata, a comunidade vianense mobilizou-se para salvar o navio hospital e trazê-lo para a casa onde tinha sido construído 43 anos antes.

A gratidão dos pescadores e tripulantes dos nossos barcos bacalhoeiros que tinham sido assistidos e salvos no navio hospital e o orgulho dos trabalhadores dos Estaleiros Navais que o tinham construído, constituíram as forças aglutinadoras da comunidade vianense para se abalançar a tão difícil objetivo.

Objectivo que já tinha sido perseguido por muitos, bem mais próximos do poder económico e político deste país centralista, que invariávelmente fracassaram apesar das múltiplas promessas para concretizar os mais ambiciosos projectos para o emblemático e histórico navio hospital da frota bacalhoeira portuguesa.

A união fez a nossa força e nem alguns velhos do Restelo conseguiram travar a comunidade vianense e, nas escolas, nas empresas, nas associações e em diversas instituições, os cidadãos vianenses mobilizaram-se para uma emocionante campanha de angariação de fundos que se alargou um pouco por todo o país e em pouco mais de quatro meses atingiu os 58.500 contos necessários para comprar o navio ao sucateiro.

Estive num cargo privilegiado para apreciar e participar activamente naquele exaltante movimento social em defesa de verdadeiros valores identitários da nossa cidade – a excelência da construção naval vianense e a heroica participação dos nossos pescadores e tripulantes nas campanhas da pesca do bacalhau nos mares gelados da Terra Nova – e fiz questão de o registar no meu mais recente livro “GIL  EANNES regresso a casa” que vai ser apresentado pelo Almirante Martins Guerreiro e pelo Eng. Francisco Laranjeira, na Biblioteca Municipal  às 18 horas do próximo dia 31 de janeiro de 2023, precisamente 25 anos depois daquela tarde de sábado em que muitos vianenses assistiram emocionados à última entrada do Gil Eannes na barra do nosso porto de mar, no seu regresso definitivo a Viana do Castelo.

Defensor  Moura

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