Gouveia volta a homenagear José Crespo

O médico e escritor José Crespo (1902-1992), que ficou ligado a Viana do Castelo por aqui ter vivido a maior parte da sua vida, voltou a ser homenageado na sua terra natal, Gouveia, a 14 de maio, data do 116º aniversário do seu nascimento.

Conforme já tínhamos noticiado, a convite do Agrupamento de Escolas de Gouveia (Escola Secundária), numa iniciativa que registou a colaboração da Câmara Municipal e Universidade Sénior de Gouveia, deslocaram-se àquela cidade beirã os nossos colaboradores Sidónio Crespo, acompanhado de seu filho Pedro (filho e neto do homenageado), e Porfírio Silva, acompanhado de sua esposa, Idalina Alves da Cunha.

A homenagem começou pelo receção, nos Paços do Concelho, pelo presidente do Município, Luís Manuel Tadeu Marques, e pelo vereador da Cultura, Jorge Abrantes Cardoso Ferreira, seguindo-se um almoço com este e a professora Elsa Pinto, uma das responsáveis do Agrupamento de Escolas.

A palestra de Porfírio Silva foi precedida da inauguração de uma exposição no átrio da Escola Secundária, patente até 28 de maio, sobre a vida e a obra do homenageado, destinado às turmas dos 10º C, 11º A e C. O evento foi aberto, também, ao corpo docente, não docente e comunidade.

Porfírio Silva centrou a sua comunicação nas vertentes literária e científica de José Crespo, começando por dizer que as obras romanceadas deste médico, nomeadamente as que souberam ilustrar a beleza poética das terras beirãs, como Penhas Douradas (1948), Contos da Lagoa Escura (1957), Contos do Covão Cimeiro (1962), completando-se esta trilogia de temas da Beira serrana com um quarto livro que intitulou A Serrana, bem construído e de características marcadamente realistas.

Em todos eles, as suas gentes movem-se, vivem, amam, sofrem; citando um crítico literário brasileiro, “esperam essas criaturas simples que a retina percuciente de artista da prosa veio surpreender, com seus hábitos peculiares, sua linguagem rude, veemente, seus ímpetos bruscos, francos e sinceros”, revelando, ao mesmo tempo, sublinhou, “a paisagem brutal, na grandiosidade do seu relevo telúrico, imponente, na variedade dos seus aspetos e matizes”.

Na vertente científica, Porfírio Silva abordou as intervenções do médico José Crespo no Aspeto Sanitário da Emigração no Minho, a Higiene na Escola Primária e a Fecundação Artificial, temas que tinham interferência na manutenção da família.

No final, Porfírio Silva e Sidónio Crespo interagiram com os alunos e professores que lhes colocaram as mais diversas questões, enriquecendo o debate.

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