“Manual de Primeiros Socorros” dá nome a título de obra

Numa iniciativa dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo e da Íris Inclusiva, com o apoio da Câmara Municipal, decorreu a apresentação do livro denominado MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS – Em Braille e em escrita comum.

O ato decorreu no salão nobre dos Bombeiros, naquele que foi o último ato em que José Maria da Costa participou enquanto presidente de Câmara. O último foi na tomada de posse do seu sucessor na autarquia vianense.

Na ocasião, José Maria Costa enfatizou a importância dos primeiros socorros e da capacitação de todos os cidadãos para a prestação dos mesmos, nomeadamente os cegos.

Deu, ainda, conta da forte ajuda e colaboração na ação social que a edilidade prestou durante o período da pandemia e a rede social e de cooperação com instituições de solidariedade que constitui e que é exemplo no país. Sugeriu, ainda, que o livro seja também distribuído por outros municípios, a fim de que “outros saibam o que se faz” e haja “partilha de conhecimento”.

“Primeiros socorros são a ajuda imediata que se dá a uma pessoa doente ou ferida até chegar ajuda diferenciada”, nota José Maria Costa para, depois, acrescentar que o desiderato do Manuel “é poder providenciar informação às primeiras pessoas presentes no local, que são os cidadãos comuns, incluindo os que têm deficiência visual (cegueira ou baixa visão)”.

O presidente da Direção dos Bombeiros, David Lourenço, falou construção do manual (com sessões de formação em primeiros socorros, onde pessoas cegas e de baixa visão participaram), dos parceiros no mesmo (“juntos somos mais fortes e sólidos”) e do futuro ( “estamos a partilhar uma pequena pedra de algo muito maior que poderá ir além do concelho e até do distrito”).

Dulce Paço, presidente da Íris, observou que o manual era a face visível do trabalho desenvolvido com a Associação de Bombeiros, envolvendo muitas pessoas e muito trabalho, desde o município às escolas. “É o projeto de e com a comunidade”, referiu, desejando que “seja o primeiro de muitos”.

A responsável deu-nos conta que o projeto se iniciou em 2017, tendo abrangido cerca de três dezenas de pessoas cegas ou com baixa visão sócias da Íris. Uma formação que deu origem ao livro em Braille, para ajudar também outras pessoas em situação idêntica, dando ferramentas, a quem não vê, de prestar os primeiros socorros.

Isabel Barciela, diretora técnica, enfatizou a oportunidade de, através de iniciativas como estas, dotar todos os cidadãos cegos ou com baixa visão “de todas as oportunidades na vida”. Apontou a importância de uma rede nas escolas preocupada com estas questões, a fim de que jovens possam crescer sensibilizados, com informação e formação, para a problemática. Quanto a iniciativas futuras no âmbito da formação para situações de emergência, exemplificou com a desobstrução de ligações de água, queimadas e incêndios caseiros.

A campeã Marta Paço, detentora de títulos como a medalha de ouro do “Europeu” em surf adaptado, foi uma das que frequentaram a ação de formação que deu origem ao manual. Conforme observou, a iniciativa proporcionou-lhe o “privilégio” do contacto com instrumentos e situações concretas que possibilitam melhores aprendizagens e perceções mais táteis.

A jovem realçou, todavia, a importância do livro apresentado e a possibilidade de conhecimento que representa para quem não frequentou a ação que lhe deu origem. Todavia, ela própria poderá utilizar o livro no futuro para relembrar alguns dos assuntos ali focados. Apontou, ainda, que os ensinamentos que proporciona permitem uma melhor integração e interação com o meio.

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