Na esteira da Romaria d`Agonia – Reparos e elogios

Se fossemos para o reparo em geral havia “pano para mangas”, tanto mais que um evento desta envergadura nunca está isento de enganos. E muitos já aqui foram apontados em anos passados, sem que se veja alterações de vulto, o que não pode deixar de se lamentar. O amadorismo e a forma relapsa e tardia como, às vezes, o trabalho é programado, contrariamente ao profissionalismo e à análise depurada que se impunha, não auguram nada de bom para o futuro. Já era tempo de estarmos suficientemente ensinados. Isto apesar dos vianenses e visitantes se darem por reconhecidos e gratos pela alegria das festas em geral.

Insistimos agora, apenas na marcação dos lugares das bancadas, para evitar cenas de pugilato, como esteve, mais uma vez, para acontecer. Lá está o tal profissionalismo e a boa eficácia. O que custa, afinal, marcar os lugares das bancadas para os espetáculos? Se a organização não é capaz de o fazer, apesar de fácil, contrata quem o faça. Se tanto dinheiro se gasta em muito que tão pouca importância tem, no fundamental é que não se pode poupar. Torna-se deprimente ver um cidadão munido do seu bilhete, comprado atempadamente, não ter onde se sentar e a clamar por justiça, sem que esta seja feita. Temos que dizer não ao improviso e adotar a boa eficiência.

O elogio vai obrigatoriamente para os largos centos de cidadãos que erguem e dão dimensão às festas. Ver os diversos números da Romaria e constatar a participação voluntária de tanta gente, que não se poupa a esforços e a aborrecimentos, tantas vezes tontos, para que a Romaria seja sempre participada e autêntica, só pode merecer agradecimentos. Fica-se com a alma plena de gratidão pelo envolvimento de tanta gente a participar na Mordomia, no Cortejo Etnográfico, na Procissão, na Festa do Traje e, de forma muito especial, na confeção de tapetes na Ribeira, com trabalho exaustivo ao longo de uma noite inteira. Mas isto tem organização a funcionar na retaguarda.

É aqui que entram as estruturas que programam, as juntas de freguesia, organizações de bairro, grupos anónimos de cidadãos e, de forma especial, os grupos folclóricos, sendo estes o melhor garante na mobilização das gentes que lhes dão vida e na função de guardiões do traje, dos usos e costumes dos espaços que ocupam, algo só conseguido na base de muita investigação. E, como não poderia deixar de ser, para aqueles que, mesmo com falhas, organizam e programam as Festas. À voluntariedade, à entrega e à generosidade bem podem a cidade e todos os vianenses estarem gratos.

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