Restos mortais transladados para Gouveia

Depois do Município de Gouveia ter anunciado a intenção de transladar os restos mortais do médico, escritor e cientista José Crespo, do cemitério Municipal de Viana do Castelo para o cemitério Velho de Gouveia, na tarde do último dia 11, realizou-se a cerimónia pública de tão solene ato, como sequência de anteriores homenagens que o Município de Gouveia tem vindo a fazer, desde o seu falecimento.

Apesar de a maior parte da vida, científica e cultural, de José Crespo ter ficado ligada a Viana do Castelo, cidade sobre a qual soube exaltar as suas belezas e promover o que nela encontrou de mais significativo, há muito que a terra que o viu nascer reclamava pela perpetuação do seu nome como uma das suas figuras ilustres. A exumação de José Crespo ocorreu no dia anterior, 10 de maio, no cemitério Municipal de Viana do Castelo, sendo os seus restos mortais transportados por uma agência funerária beirã, contratada pelo município gouveense.

Presentes na cerimónia estiveram o presidente do município, Luís Tadeu, os vereadores Jorge Ferreira, Maria Conceição Salvador e João Agra, alguns deputados da Assembleia Municipal, diretor da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, João Rebocho, familiares e amigos.

O vereador Jorge Ferreira começou por realçar as qualidades deste ilustre filho da terra e que o município gouveense sempre foi recetivo à solicitação da família para que os seus restos mortais pudessem repousar para sempre entre os seus ancestrais.

Emocionado, Sidónio Crespo, único filho vivo de José Crespo, delegou em Porfírio Silva, algumas palavras de circunstância, agradecendo ao executivo e assembleia municipal por tudo terem feito nesse sentido. Lendo um poema do seu livro Terras Saudosas, apelou a uma saudação com uma salva de palmas.

O professor José Mota voltou a frisar o papel de José Crespo, enquanto republicano, na luta contra a ditadura, solicitando ao executivo a republicação de uma das suas obras mais emblemáticas, Penhas Douradas.

Por fim, o presidente Luís Tadeu reafirmou o sentido ético-memorialista do município ao continuar a apostar na valorização das figuras ilustres da terra, sendo que este ato solene não poderá significar o fim, mas o princípio de uma ligação permanente aos filhos da terra, levando a que Sidónio Crespo anuísse às palavras do presidente, afirmando que 50 por cento dele estariam ali, obrigando-o, enquanto vivo, a visitar, periodicamente, Gouveia.
Os restos mortais de José Crespo foram a sepultar, debaixo de uma estrondosa salva de palmas, em campa que o mesmo havia adquirido em 1940, e onde repousam também duas das suas parentes, ligadas à família Frade Côrte-Real.
PS

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