Um livro de José Pastor que faz a diferença

A diferença está nos novos olhares sobre a monumentalidade de Viana, mas também na evocação de personalidades que Viana teima em esquecer. Nem sempre somos justos com os nossos melhores. E se não o faz quem mais tem essa obrigação, só temos que ficar gratos a quem, tendo oportunidade, sabe não omitir.

“Roteiro por algumas memórias”, lembra-nos que Viana teve como filhos ou como amigos íntimos gente que tocou as várias áreas da cultura, de quem pouco ou nada se ouve falar. Entre eles estão, por exemplo: Alfredo Margarido, ficcionista, poeta e ensaísta; Álvaro Salema, jornalista, ensaísta e crítico literário; Abel Viana, arqueólogo, etnógrafo e professor; Carlos Eurico da Costa, escritor, jornalista e publicista; Fernando de Paços, poeta; Martinho de Brito, escultor; José de Brito, pintor; Manuel Granjeio Crespo, poeta, dramaturgo e cineasta; e outros de quem se vai falando, mas muito pouco.

Mas esta obra vale, igualmente, por outros levantamentos que faz e que passam muito despercebidos aos olhares dos vianenses, particularmente: os vitrais do Tribunal de Justiça; as tapeçarias de Almada Negreiros, no Hotel de Santa Luzia, e de Cargaleiro, no IPV; ainda de Cargaleiro, o painel de azulejos no Restaurante Sport; mas também os painéis de azulejos de Jorge Barradas, nas antigas instalações das finanças, e de Álvaro Rocha no Hotel Rali.

Tudo isto e muito mais, a primar pela diferença da investigação e da informação completa, comporta esta obra de José Pastor, que conta ainda com textos de Marlene Ferraz, José Escaleira e Maurício de Sousa. A prova de que Viana tem muito de cultural, para além do belo, de que nem sempre nos apercebemos. Devemos, por isso, estar reconhecidos a quem se aventura a fazê-lo.

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